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  • Foto do escritorHenrique Correia

Eleições=desgraça não faz "tremer" Ireneu: "A decisão é toda minha..."



Mas esta pausa de Ireneu Barreto não é por ser tudo pacífico e de avaliação fácil. Se fosse pacífico aceitar um novo governo, era aceitar e pronto, mesmo havendo contactos com Belém.



A forma de fazer política, na Madeira, não tem "forma" de aprender com algumas das ocorrências que acabam por traduzir as mesmas estratégias de bastidores, as mesmas mensagens de cenários pelos jornais "independentes", de modo a testar reações e tentar formatar a opinião pública para um determinado objetivo, exercendo o mesmo expediente como se os jornais, hoje, representassem realmente a força da opinião pública, como acontecia em tempos anteriores. Não representam, como se sabe, apesar das cumplicidades conhecidas neste pequeno espaço. Como diz o povo, foi "chão que deu uvas", é preciso ser diferente e fazer diferente. E não se faz diferente com iguais.

Vem isto a propósito da próxima solução política para a Madeira (seja qual for e de que cor for) na sequência da demissão do presidente do Governo, que neste momento está em gestão, como de resto todo o Governo.

A decisão, neste momento, está nas mãos do Representante da República, um cargo muito contestado por potenciar leituras que conduzem a uma espécie de Estado na Região Autónoma, mas que nestes momentos constitucionais assume um protagonismo de particular relevância no que vier a ser encontrado como modelo que se enquadra na Madeira do futuro, sobretudo por envolver alguma equidistância decisória que equilibra o desequilíbrio das estratégias partidárias nem sempre articuladas com os interesses das populações. Cada partido gere o seu momento e não o momento da Região. É preciso gerir o todo.

Terminaram as audiências e a leitura política pode percorrer vários contornos tendo em vista a solução que, segundo o Representante, estará pronta a ser anunciada no final da próxima semana depois de Ireneu Barreto ter decidido falar com o Chefe de Estado, de quem depende, mas cuja audiência não pode ser entendida como uma desresponsabilização do Palácio de São Lourenço, mas tão somente levar a Belém, tutela direta, o que o próprio Ireneu Barreto pensa e lê relativamente ao que viu e ao que ouviu. E quer partilhar o assunto com o seu superior. Normal. O próprio disse, hoje, que "a decisão é toda minha, mas não me é indiferente saber o que pensa o senhor Presidente da República".

Mas esta pausa de Ireneu Barreto não é por ser tudo pacífico e de avaliação fácil. Se fosse pacífico aceitar um novo governo, era aceitar e pronto, mesmo havendo contactos com Belém. Nada disso. E as pressões observadas desde o exterior provam isso mesmo, há muita intranquilidade, sendo que este momento é o pior para o PSD andar de "peito aberto" a pressionar. Além de que esta pausa revela, também, que o Representante, apesar das manobras partidárias, é quem vai decidir depois de falar com Marcelo. Naturalmente, seja qual for a decisão, será articulada com o Chefe de Estado. E aos 83 anos, já deve ter visto todo o tipo de pressões de todas as formas e feitios.

E para aclarar essa equidistância, com um cunho de firmeza, temos esta passagem para desmistificar certas retóricas de exclusivo interesse político partidário: "A atual situação de governo de gestão, que aliás tem antecedentes em Portugal, e nesta Região Autónoma em particular, não prejudica a normal execução da despesa pública, nem a tomada de decisões necessárias inadiáveis e fundamentais para a boa gestão da coisa pública, nomeadamente ao nível de contratos e concursos públicos indispensáveis e urgentes, como são exemplo os atos de execução dos investimentos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência".

O tempo, agora, não é dos partidos...

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