Ex-deputada na República não vai assumir funções de adjunta do ministro das Finanças por estar envolvida num processo judicial ainda não decidido.
O ministro das Finanças Miranda Sarmento escolheu para adjunta do seu gabinete a madeirense Patrícia Dantas, que desde logo tinha um problema para resolver atendendo ao envolvimento num caso de Justiça, está a ser julgada pelo crime de fraude, por suspeitas de emitir facturas falsas para obtenção de fundos europeus. Um processo conhecido e que tem anos, não é novo, por isso poderia ser uma situação evitada, pelo ministro e assessores, mas também pela própria, que devia ter agido em vez de reagido, como veio a acontecer. Apesar de ter sido, nesta condição, deputada na Assembleia.
"Enquanto deputada, fez parte da comissão de inquérito à TAP, o que não agradou a
Montenegro. Agora, preparava-se para assumir um cargo de responsabilidade no
Ministério das Finanças", lembra a Antena1.
Na sequência desta polémica, Patrícia Dantas veio já avançar que decidiu não
assumir funções.
"Na sequência de notícias veiculadas pela comunicação social, sobre um processo
que teve início em 2017 e que está ainda a decorrer nos locais próprios, sem que
sobre o mesmo tenha sido proferida qualquer decisão judicial, Patrícia Dantas,
mantendo a presunção da inocência que se impõe e após ponderação, comunicou ao
Sr. Ministro de Estado e das Finanças que decidiu não assumir as funções de adjunta
do Ministério das Finanças", explicou o gabinete do ministro das Finanças em
comunicado.
Na sua edição de hoje, o Correio da Manhã tinha dado conta dessa condição de Patrícia Dantas trazendo para debate aquela que tem sido uma "bandeira" de Montenegro de tornar transparente o exercício de cargos públicos, até como exemplo de mudança relativamente ao que se passou no Governo do PS.
O que não se percebe muito bem é esta falta de prevenção destas situações, a inexistência de cautelas no que toca a nomeações, sobretudo com um caso que tem sido vastamente comentado e que, por via disso, deixa algumas reticências sobre procedimentos e intenções. Apesar do mal feito e de mais uma "argolada" de comunicação e de amadorismo do Governo recém empossado, a posição de Patrícia Dantas vem colocar alguma, não toda, reparação das eventuais consequências.
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