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Está mal o senhor secretário achar bem uma espera de 4 horas na ambulância

  • Foto do escritor: Henrique Correia
    Henrique Correia
  • 13 de jun. de 2022
  • 2 min de leitura


Ninguém é infalível e o Governo não perde a "face" com estes problemas. O que faz "perder a face" são as justificações do injustificável.




Os bombeiros de Santa Cruz esperaram quatro horas no Hospital, nas Urgências, com um doente Covid-19 positivo. A notícia foi publicada pelo Diário e o mesmo matutino questionou o secretário regional da Saude e Proteção Civil sobre o assunto quando hoje o governante esteve num ato público na Calheta. Pedro Ramos respondeu, em primeiro lugar como político e em segundo lugar também como político. Como médico, que é, respondeu zero. A resposta política foi a pior possível, infelizmente, e digo infelizmente porque Pedro Ramos nem tinha necessidade de dizer o que disse para defender o Serviço de Saúde, o Governo e a si próprio. Disse, assim, sem "espinhas": "Neste momento, se esperarmos 4 horas para maior segurança dos profissionais de saúde e dos próprios utentes, acho que não é um tempo assim de mais".

Pois bem, o secretário da Saúde tem, de tempos em tempos, aquela necessidade de reagir de forma político partidária, acabando por politizar uma situação que não há forma politica de encobrir sem encarar o problema de frente, reconhecendo em primeiro lugar que há um problema e que é preciso encontrar soluções, não para achar normal uma espera de quatro horas dentro de uma ambulância, mas para se tornar normal a resposta da Saúde em menos tempo. Reagir como se o serviço fosse intocável e imune às dificuldades normais e habituais de picos de afluência, como se o Serviço de Saúde não pudesse ter problemas e as críticas sejam observadas como "ataques" ao Governo, além de redutor, é conceito que os novos tempos, aqueles da transição digital, já têm dificuldade de entender.

Pedro Ramos até podia ter essa ideia na cabeça, de defender o Serviço, e como governante do setor fica-lhe bem, mas fazê-lo pretendendo puxar um argumento que caiu com a máscara, os casos de Covid, que nem sequer são considerados preocupantes pelas autoridades de saúde, mas que para explicar o que se passou afinal já faz "mossa" na gestão hospitalar, fica assim um pouco "metido a martelo". Podia ter ido por outro caminho, até porque nada, nesmo nada, pode explicar a espera de 4 horas dentro de uma ambulância. Ponto final. O resto é política. Acontece que estamos a falar de Saúde e a resposta deve ser de Saúde, custe o que custar e a quem custar. Mesmo para um serviço que tem demonstrado grande responsabilidade, que foi gigante na pandemia, que foi merecidamente distinguido no Dia de Portugal. Mas que pode ter falhas na resposta, também nos tempos de resposta. O que é a mais, e 4 horas são a mais, a mais em Santa Maria, no São João e no Nélio Mendonça. E nos últimos dias, o serviço nacional de saúde também tem andado "às aranhas" com encerramento de urgências. Muito mau também. Mas com o mal dos outros podemos bem.

Ninguém é infalível e o Governo Regional não perde a "face" com estes problemas. O que faz "perder a face" são as justificações do injustificável


 
 
 

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