São novos tempos, a segurança não pode ser a segurança dos velhos tempos naquela que, se não tivermos a devida intervenção, passará a ser, não tarda muito, a ex-pacata cidade do Funchal

Esta imagem, recorrente em muitos locais da cidade, faz "concorrência" aos cartazes da Madeira para este turismo novode "massa".
A Madeira vive novos tempos, o Funchal vive novos tempos, há um incremento descontrolado do turismo, descontrolado porque a quantidade, como acontece em quase todos os destinos turísticos, é maior do que a capacidade dos próprios destinos. São novos tempos, novos problemas também, a segurança e o consumo/tráfico de produto estupefaciente aumentam com esta mobilização que nem aeroportos gigantes da Europa aguentam. São novos tempos, a segurança não pode ser a segurança dos velhos tempos naquela que, se não tivermos a devida intervenção, passará a ser, não tarda muito, a ex-pacata cidade do Funchal, que já foi segura a qualquer hora. E todos sabemos que já começa a não ser assim.
Claro que primeiro a pandemia e depois este "boom" turístico, também consequência do confinamento, as pessoas estão sedentas de férias, de festas, de beber uns copos, de diversão, são tudo "ingredientes" que fomentam excessos e com os excessos problemas, que se não forem atalhados a tempo, poderão ser graves para o futuro da cidade. É preciso "acordar" a cidade capital madeirense, garantir que tanto turistas como locais se sintam seguros. É tão importante garantir a cidade "acordada", mas é preciso cuidar da cidade e dos cidadãos quando a cidade "adormece", de madrugada, onde já hoje é perigoso passar e às vezes até já exige cautelas ao início da noite. Para os que têm mais vida passada pelos anos que têm, é fácil fazer o histórico. Difícil é perceber como é que se "vê mal" o que está à vista por causa do politicamente correto.
Por estes dias, as informações de dois esfaqueamentos, de assaltos, um deles mesmo ali junto à Empresa de Eletricidade, fronteira com a Zona Velha turística, apenas confirmam o que há muito se previa e vivia, mesmo à luz do dia, pelas zonas mais sensíveis da cidade, que todos conhecem inclusive as autoridades.
Quero deixar claro, aqui, que mesmo tendo respeito pelo trabalho da estatística e dos números policiais, em relação ao sentimento de insegurança que se vive no Funchal, em determinadas horas, muitas delas durante o dia, dependendo da zona, os números, para mim, dizem pouco. Servem para as autoridades policiais dizerem que os assaltos reduziram, que a violência reduziu porque houve menos um ou dois casos do que em "dois mil e qualquer coisa". Vale um número, mas vale zero em relação ao que efetivamente existe e à insegurança/intranquilidade que se sente e não está nos autos da polícia.
Ficamos contentes com os números, eu não fico de todo, mas entretanto há um problema grave de droga em São Roque, há dois esfaqueamentos na cidade, há assaltos, há novos sem abrigo que nem sei como é que o presidente da Câmara vai resolver para ter sucesso em levar essas pessoas para uma casa (apesar do mérito inquestionável da medoda). Boa sorte nisso. Mais difícil, não sei bem, do que fazer um estacionamento no Largo do Colégio para 450 pessoas. Mas o que conta é a determinação, é preciso isso para a segurança da cidade, sendo verdade e importante que já decorrem trabalhos de colocação de câmaras de vigilância, que certamente serão importante auxiliar para a investigação policial salvaguardados todos os direitos dos cidadao.
Há turismo em massa, há cidadãos que já viviam, continuam a viver aqui e querem continuar a fazê-lo com segurança. Para querer fazer do Funchal um Mónaco, nem que seja no preço das casas, para garantir sucesso dos projetos de luxo, o Funchal precisa dar garantias de ser uma cidade segura. Não é só o povo que precisa, o luxo precisa mais e os empresários não podem correr riscos de investimento numa cidade com desacatos semana sim, semana sim.
Não é preciso debater mais a segurança. O que é preciso é ter.
Comments