A crítica é do associado do Marítimo o médico João Pedro Vieira, sofredor como muitos sócios e simpatizantes. "A única coisa que os adeptos do Marítimo pedem é que os jogadores joguem como sofremos".
Os adeptos e sócios do Marítimo sofrem como há muito não se via. Sofrem porque puxam pela equipa de futebol sem que esse incentivo tenha retorno em vitórias e com elas os pontos necessários para fugir ao penúltimo lugar da I Liga, um dos dois que dão descida imediata à II Divisão. Sofrem os adeptos porque se a equipa jogasse com a dimensão desse sofrimento já estaria com a permanência garantida. Sofrem, ainda mais, porque a equipa não ganha e até o último classificado, o Paços de Ferreira, que estava a sete pontos, já só está a um ponto da equipa madeirense. Tudo isto na época em que os sócios trocaram Carlos Pereira por Rui Fontes e a equipa foi por ali abaixo na tabela. E para descer é fácil, difícil é subir.
Neste sofrimento estão adeptos anónimos mas também figuras publicas. Entre elas, o médico João Pedro Vieira, foi vereador na Câmara do Funchal, que hoje no Facebook, deixou uma mensagem de esperança mas também com o foco nos problemas da equipa, que ontem perdeu em Portimão depois de ter estado mais de 80 minutos a ganhar.
João Pedro Vieira escreve que "estávamos todos a jogar fora mas parecendo em casa, unidos num só desejo, ganhar, e numa só Esperança, ficar na I Liga. Ontem, não faltou ninguém, mas dentro de campo faltou muita coisa. Como tem faltado quase sempre. Faltaram pernas, coração e discernimento durante o jogo, coragem e dignidade depois. A única coisa que os adeptos do Marítimo pedem é que os jogadores joguem como sofremos - e a partir daí nunca mais perdemos, é sempre a ganhar. E que sejam agradecidos pela camisola que lhes pagamos para vestirem. Que respeitem os adeptos no início, durante e no final dos jogos. Que festejem os golos connosco quando corre bem, que não nos abandonem quando corre mal. Não queremos jogadores deitados no relvado depois do segundo golo do adversário, sentados no banco de suplentes no final do jogo, de costas voltadas entre si e para os adeptos depois. Queremos jogadores com dedicação e espírito de sacrifício, que caminhem lado-a-lado com quem sofre com eles".
O sócio do Marítimo acrescenta: "Dirigentes, agentes, directores-desportivos, treinadores e jogadores vão e ficam. Alguns já foram, outros irão, melhores virão depois. O Marítimo fica sempre - e este ano vai ficar na Liga graças à dimensão dos nossos adeptos, que nos agigantam além-fronteiras. O Marítimo vai ficar na Liga porque, graças a eles, é maior do que a Madeira. É da dimensão da paixão, da resistência e da crença que une os seus adeptos.
O Marítimo vai ficar na Liga porque pode mudar tudo, menos a força dos melhores adeptos do mundo: até ao último segundo do último jogo, duas vezes Madeirenses".
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