Pedro Calado: "Não podemos alimentar o vicio das pessoas comerem e dormirem na rua, há um sitio para dormirem e para comerem".

Podemos dizer que se tratou de uma declaração surpreendente do presidente da Câmara: já foram retiradas das ruas do Funchal 17 pessoas em situação de sem-abrigo. Eram cem identificados, são por isso, agora, 83. Foram declarações na abertura da IV Convenção sobre Comportamentos Aditivos e Dependências da Madeira, que decorre, hoje e amanhã, na Casa de Saúde São João de Deus.
Pedro Calado deu conta do trabalho que a autarquia tem vindo a fazer nesta área, nomeadamente o projeto “Habitação Solidária”, nos Ilhéus, que se destina a acolher quatros pessoas sem-abrigo a viver, presentemente, nas ruas do Funchal, estando já em fase de lançamento um novo projeto idêntico na zona dos Barreiros. Um trabalho desenvolvido em pareceria com a Segurança Social.
“Esta responsabilidade não cabe apenas às entidades públicas, é de toda a sociedade”, disse Pedro Calado, apelando a que se encare o “problema de frente”. No entanto, sublinha que “a resposta pública não é mais eficaz e mais rápida devido às dificuldades burocráticas e legislativas que existem no nosso País”.
Segundo aponta uma nota da CMF, o Presidente do Município do Funchal destacou a importância do trabalho de sensibilização nas escolas, no sentido de evitar que os jovens entrem no caminho das “novas drogas” que têm efeitos lesivos e irreversíveis porque não há tratamento. Alertou também para a circunstância de “não haver penalização porque algumas dessas drogas não estão identificadas na lei e vivemos num enredo em que é mais fácil culpar a Câmara, o Governo e a Policia porque não têm meios”. “Vivemos emparedados numa questão burocrática e legislativa que dificulta toda a nossa ação”, salientou.
Pedro Calado é da opinião que se deve também repensar a forma como estamos a trabalhar: “ Não podemos alimentar o vicio das pessoas comerem e dormirem na rua, há um sitio para dormirem e para comerem
, defendeu, advogando que têm que ser dados meios nomeadamente para que as pessoas que estão em situação de sem-abrigo saiam das ruas e sejam reintegradas no tecido social.
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