Pedido de parecer
Resposta

Um cenário de quatro pisos e outro de dois, ambos com zonas de carga e descarga, marcaram o pedido de parecer da Câmara do Funchal sobre o parque de estacionamento na Praça do Município, o Largo do Colégio. O parecer da Direção Regional de Cultura, através da Secretaria do Turismo, que tutela o sector, foi negativo. Por um lado, descarateriza uma zona histórica, por outro a proposta vai em contraciclo que o objetivos de retirada de carros dos centros das cidades.
A coligação Confiança veio a público divulgar o pedido de parecer e a respetiva resposta, considerando que esse mesmo pedido "mais se assemelha a um simulacro, revela a ausência de um estudo aprofundado e reflete o grau de impreparação e incoerência do atual executivo municipal".
No documento enviado à DRC, refere a coligação, "a CMF solicita um parecer sobre dois cenários alternativos para o projecto, em que o primeiro propõe um parque subterrâneo com dois pisos, para estacionamento e para cargas e descargas, e o segundo propõe a mesma coisa, mas em quatro pisos.
A DRC, na sua resposta, teceu duras críticas ao pedido da CMF, sublinhando a superficialidade dos documentos submetidos, que se limitavam a assinalar a área de intervenção e a sugerir a profundidade da construção. Não foram incluídos estudos técnicos sobre os impactos na circulação e vivência do centro histórico, prazos de execução, acessos ao parque, nem como a "reconstrução" da Praça do Município iria interferir com o seu valor patrimonial. A ausência destes elementos essenciais denota a falta de rigor e preparação com que o actual executivo tem abordado esta questão.
Na mesma resposta, a DRC recordou o trabalho durante o mandato anterior, sob a gestão da Confiança, quando foram desenvolvidos projectos sólidos para a requalificação da Praça do Município, pelo arquitecto Paulo David e pelo arquitecto Gonçalo Byrne, e que mereceram o parecer favorável. Estes projectos foram objecto de análises rigorosas e contaram com várias reuniões técnicas e visitas ao local, num processo de colaboração e estudo meticuloso existentes no mandato anterior, que contrastam fortemente com a abordagem actual, que parece desprovida de uma estratégia clara e de uma metodologia responsável".
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