Não há outra forma de recuperar legitimidade: primeiro eleições no PSD-M e depois eleições regionais. É preciso dar voz ao povo porque a voz de alguns políticos, agora, vale pouco. Muito pouco.
Não há muito que se possa dizer, neste momento, sobre o PSD-Madeira, perdido a apanhar os cacos deste estrondo que foi a queda política do seu líder e do seu candidato a futuro líder. A presunção da inocência deve ser respeitada e permite-lhes o exercício da defesa do ponto de vista jurídico, mas políticamente, está fácil de ver, tanto Miguel Albuquerque como Pedro Calado acabaram abruptamente o seu ciclo de forma irreparável. Do topo ao fundo num abrir e fechar de olhos e com a vida "aberta" por buscas e revelações deveras incómodas que circulam em catadupa mesmo antes de conseguirem falar seja o que for. Tal como a política, a Justiça também precisa de "remendos" em alguns aspetos em que a celeridade processual não é o ponto forte.
Estamos a viver um caso único da nossa vida democrática na Madeira, que sempre foi caraterizada por proximidades, por expedientes de meios pequenos, com lideranças musculadas que se movimentavam pelos meios disponíveis e por toda a gente conhecer toda a gente, mas sempre passando ao lado das investigações e registando governos do PSD, só recentemente com o CDS, com o poder de maiorias absolutas que normalmente também potencia a assunção de atitudes absolutas nesses contextos do "quero, mando e posso". Mas nada que fizesse pensar isto como alguma vez possível.
Hoje, a realidade mostra que tanto o estilo de governação, os protagonistas e o próprio PSD, por arrasto também o CDS, vão precisar quase de uma "refundação", um tempo novo com novas pessoas fora de qualquer suspeita, o que podendo não ser fácil em função destas dúvidas que não se confinam aos próprios, terá que ser uma ponta para mudar o que há para mudar. E há muito.
Não há outra forma de recuperar legitimidade: primeiro eleições no PSD-M e deopois eleições regionais. É preciso dar voz ao povo porque a voz de alguns políticos, agora, vale pouco. Muito pouco.
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