"Geringonça" com apoio do CHEGA está a preocupar equipa de Albuquerque
- Henrique Correia
- 16 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
Segundo fontes ligadas ao PSD Madeira, esta possibilidade de "geringonça" demonstra a necessidade de uma intervenção rápida. Não é por acaso que Ventura passou a estar na primeira linha do "radar" de críticas por parte de Albuquerque.

Estava tudo nos planos. Quase tudo. Menos esta disponibilidade de André Ventura em viabilizar uma "geringonça" na Madeira (PS, JPP, PAN e IL), em nome de um objetivo maior do que as diferenças ideológicas ou político partidárias: um Governo sem Albuquerque e sem os quatro secretários regionais sob suspeita, que esta semana viram levantada a imunidade. E agora, um Governo sem PSD.
Segundo revela o jornal Nascer do Sol, estará a ser "cozinhado" na Região um cenário que não passa por eleições. Ninguém quer ir a votos, embora Miguel Albuquerque tenha dito que não se demite nem tem medo de eleições no pressuposto que mesmo perdendo votos continuaria a ganhar eleições, contando também que a ideia de um Governo PSD sem Albuquerque, com origem interna, não passará de uma mera intenção que segundo Albuquerque não respeitaria a vontade do povo.
Mas o que certamente Albuquerque não contava era com esta aliança tipo "geringonça", a exemplo do que aconteceu na República e nos Açores. Ou seja, uma alternativa de Governo que se chegar com entendimento ao Representante da República seria dificil a este recusar, seria mesmo forçado a aceitar face à posição minoritária do PSD, que nem com o CDS conseguiria ir além dos 21 deputados.
O Sol refere declarações de André Ventura, o líder nacional do CHEGA, que embora tenha evitado abordar o assunto num primeiro momento, colocou em cima da mesa duas possibilidades: eleições ou solução governativa, que efetivamente está nas mãos do CHEGA. E constitui um sério problema para Albuquerque se a moção de censura passar, como se prevê, a 17 de Dezembro, se não for antes por força de um recurso do CHEGA para o Tribunal Administrativo do Funchal.
Segundo fontes ligadas ao PSD Madeira, esta possibilidade de "geringonça" demonstra a necessidade de uma intervenção rápida, de tal modo que se torna insustentável a permanência de uma liderança sob suspeição, que tem criado problemas ao PSD mesmo tendo em conta a presunção de inocência.
Sabe-se que este avanço de Ventura foi um tanto inesperado, o que explica a reação de Albuquerque diretamente contra Ventura acusando-o de ser o responsável por esta "irresponsabilidade" da moção de censura. Albuquerque "ataca" Ventura e poupa Miguel Castro, uma estratégia que visa tirar algum partido de divergências internas no CHEGA.
Além disso, independentemente da questão governativa, há o problema partidário, sendo que a ideia de uma figura fora das tendências Albuquerque/Manuel António não ganha adeptos, até porque a falta de figuras carismáticas é visível há uns anos no PSD-M. E outra realidade é que Manuel António, que tem percurso feito, não vai desistir da corrida e tem recebido apelos para manter uma "reserva aberta" no caso do partido precisar da sua intervenção. O ex-governante está disponível, tem apoios e parte para a "luta" com quase metade do partido, acreditando que num próximo combate provavelmente a máquina interna, afeta a Albuquerque, estará com uma menor capacidade de favorecer o poder enraizado, como dizem figuras próximas da ala de Manuel António.
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