O que os governos não controlam não são, necessariamente, um atropelo à informação, pode ser simplesmente informação credível e não publicada nos meios tradicionais, hoje geridos muito de fora para dentro.
O programa de Governo "poupou" tempo para se dedicar à comunicação social e além de lugares comuns sobre liberdade de expressão, pouco ou nada adianta a não ser que os apoios vão continuar no mesmo sentido.
No capítulo dedicado ao sector, o mundo digital é abordado como o descrédito relativamente ao consumo da informação, em contraciclo com a aposta do Governo na transição digital, que tem lados positivos e lados negativos. O que o Governo entende como de descrédito é também de falta de controlo dessa informação, sendo que a credibilidade constrói-se de igual modo nas redes sociais, com tempo e com verdade dos factos. O que os governos não controlam não são, necessariamente, um atropelo à informação, pode ser simplesmente informação credível e não publicada nos meios tradicionais, hoje geridos muito de fora para dentro.
O programa de Governo refere que "a existência de Comunicação Social livre e independente é uma condição basilar das
sociedades democráticas e fonte de informação e formação de comunidades locais, nacionais e transnacionais. O processo de produção, os critérios de noticiabilidade e a indispensável responsabilidade dos indivíduos que operam nesses meios de comunicação, constituem fator de credibilidade indispensável para a formação da opinião pública.
O advento de novas tecnologias digitais, que possibilitam a divulgação de informação
sem critério nem responsáveis ou indivíduos inimputáveis em relação à mesma, tem
perturbado o paradigma de produção jornalística em que assenta a liberdade de imprensa e o direito dos cidadãos a informação fidedigna e suscetível de ser confrontado com o apuramento da respetiva veracidade. Indubitavelmente, importa ao desenvolvimento da Região a existência de uma comunicação social livre, condição essencial para o seu fortalecimento social, económico, cultural e político".
Vejamos os objetivos definidos pelo Governo:
. Aperfeiçoar o quadro de apoio às empresas proprietárias de órgãos de comunicação social de âmbito regional, nos termos da legislação em vigor, procurando a criação de condições facilitadoras da qualidade da sua produção.
• Gerir e aplicar, a nível regional, o sistema de apoios e do Estado à comunicação social e de incentivo à leitura, nos termos da legislação em vigor, contribuindo para o reforço de condições facilitadoras da qualidade da sua produção.
• Desenvolver iniciativas visando a formação, em particular dos setores estudantis, nos campos da produção e consumo de notícias, bem como no que respeita à identificação e renúncia de estratégias de manipulação da comunicação.
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