Não colocando em causa o mérito do bomito concerto do Dia da Assembleia, muitos presentes estranharam o rodopio de artistas entrando e saindo do espaço de culto.
O concerto do Dia da Assembleia Regional foi uma iniciativa interessante e está na linha do programa cultural que o novo presidente do Parlamento tem vindo a desenvolver e que se reconhece com os seus méritos independentemente do protagonismo que as iniciativas possam dar a quem as tem. Está feito, tem valor na generalidade. E isso deve ser reconhecido.
Claro que estas programações têm sempre algumas pontas soltas que porventura poderiam ser limadas, a exemplo do que aconteceu com um recente programa da TVI, onde os camarins foram dentro da Assembleia provocando reações críticas, com razão, por parte de alguns deputados e algumas forças vivas da Região. Foi ver a Rosinha, respeitável cantora popular "celebrizada" pela música "eu levo no pacote", posar para as redes sociais no principal órgão da Autonomia. A Rosinha ficou bem na fotografia, a Assembleia é que não.
Desta vez, o concerto foi no mesmo espaço mas diferente, com outro propósito e num espaço bonito e adequado ao momento, junto à Capela de Santo António da Mouraria, cuja construção data de 1714, estando concluída e ao culto em 1715.
Acontece que muitos dos presentes estranharam o rodopio dos artistas deste concerto denominado "Grandes Músicos Madeirenses" entrando e saindo do emblemático espaço de culto, a Capela. Não vão tão longe de considerar um camarim, não foi o caso, mas têm algumas dúvidas sobre a adaptação da Capela a lugar de descanso, defendendo a alternativa de uma outra área, improvisada, para o efeito em futuros eventos.
Um reparo que faz todo o sentido tratando-se de um núcleo de culto, no entendimento religioso, que deve ser utilizado apenas para esse efeito.
Não vem mal ao mundo o que aconteceu nem tira mérito à iniciativa, mas não seria mal pensado deixar a Capela aberta para meditar. Meditar até neste assunto.
"No interior da Capela, deve destacar-se o altar em talha barroca de estilo nacional, em madeira estofada datada ainda de finais do século XVII. Na parede norte é visível um conjunto de pinturas sobre tela representando os Apóstolos, de uma oficina lisboeta de meados para finais do século XVIII. Encontra-se dotada de alfaias várias, assim como imagens e pinturas alusivas à memória de Santo António. De recente aquisição, um conjunto de esculturas dos séculos XVI e XVII", pode ler-se numa publicação do Turismo. Para efeitos culturais.
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