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Foto do escritorHenrique Correia

Há confusão entre o bem Laurissilva Rede Natura 2000 e o habitat Laurissilva



Antigo diretor regional defende proibição de queimadas para evitar o risco de incêndios.




O professor Universitário Miguel Sequeira insistiu, hoje, na proibição de queimadas para evitar o risco de incêndios. O professor da Universidade da Madeira (UMa) foi esta tarde ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o «Apuramento de responsabilidades políticas no combate aos incêndios ocorridos entre o dia 14 e 26 de agosto».

O antigo diretor Regional das Florestas aponta a orografia como o principal entrave para um combate eficaz aos incêndios na Madeira, “onde os declives não permitem fazer o combate a pé”. Por essa razão, o docente do Centro de Ciências da Vida da UMa entende que a estratégia deve começar “com a não ignição”, apontando o dedo “aos hábitos absolutamente ultrapassados do ponto de vista cultural (queimadas e uso do fogo permanente), impossíveis de manter”. “Nós temos cada vez mais áreas cobertas com floresta e cada vez mais estamos a colocar em contacto as áreas florestais com as áreas agrícolas, mantendo o velho hábito da utilização do fogo. Isto é colocar as ignições ao pé de um coberto vegetal pirófilo que, hoje em dia, faz a ligação entre o sul da ilha e a Laurissilva”. Devido ao perigo acentuado de fogos florestais, o investigador diz que “é preciso proibir as queimadas 365 dias por ano”. “É uma floresta demasiado importante para continuarmos a ter pequenas regras e exceções que não funcionam”, afirmou.

Miguel Sequeira aclarou que não se pode dizer que a Laurissilva não foi atingida pelos incêndios de agosto. “Há aqui uma confusão entre o bem Laurissilva, enquanto parte da Rede Natura 2000, e o habitat Laurissilva. Arderam fragmentos de Laurissilva que não estão dentro da Rede Natura 2000, e não é por isso que deixam de ser habitats protegidos pela Comunidade Europeia. Os urzais da Madeira são também um habitat da diretiva com proteção. Cada vez que fazemos desaparecer uma vegetação de urzes estamos a fazer regredir um processo de sucessão ecológica que já teria 10, 20, ou 30 anos, e, portanto, estamos a andar para trás”, garantiu, apontando o Curral das Freiras, as Rabaças e a Ribeira Brava como as localidades onde houve danos na Laurissilva.

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