"Há pessoas que trabalham dia e noite e mesmo assim não podem comprar casa"
- Henrique Correia
- 6 de mar.
- 2 min de leitura
Esta realidade foi admitida pela presidente da Câmara do Funchal na posse da nova direção da cooperativa COOHAFAL, onde anúnciou que a próxima Revisão do Plano Diretor Municipal irá repor a majoração de 20% de construção para habitação económica.

O ressurgimento das cooperativas de habitação, sobretudo numa perspectiva de classe média, parece estar a ser apresentado como uma espécie de fórmula mágica para quem não pode comprar casa neste mercado inflacionado. O que pode ser encorajador do ponto de vista das reduções anunciadas (entre 40 a 50%), mas ainda assim a valores altos tendo em conta os preços altíssimos do mercado, acessível a uma classe média com rendimentos médios altos. Ainda assim, é uma mais valia, não sendo um oásis.
Mas ter em conta a realidade e dizê-lo publicamente constitui já um passo importante a quem exerce funções públicas. Como foi o caso da presidente da Câmara do Funchal, que na posse da nova direcção da cooperativa COOHAFAL, agora presidida por Rui Alves, antigo vereador no Funchal e presidente do Nacional, disse que "há pessoas que trabalham dia e noite e mesmo assim não possuem um rendimento para comprar casa". Uma realidade que o próspero mercado imobiliário ignora em função da oferta e da procura, sistema que a governação deixou arrastar-se no tempo e "acordou" apenas com as verbas do PRR ( Plano de Recuperação e Resiliência), que coloca em terreno apartamentos com preços reduzidos na ordem dos 30% dos valores de mercado, um mercado que não é, já de si, normal. Nem se diz a base desse valor de mercado, se o valor de luxo, se o meio luxo, se o outro a preço próximo do luxo.
Nesta tomada de posse, Cristina Pedra disse que para mitigar este problema a próxima Revisão do Plano Diretor Municipal irá repor a majoração de 20% de construção para habitação económica nas zonas de média densidade, retirada pelo anterior executivo municipal, permitindo aumentar o número de casas construídas sem elevar proporcionalmente os custos. “Não nos identificamos com o retiro dessa majoração para as cooperativas, apenas mantida para o turismo. Apoiamos uma política de garantia e de aumento de remunerações e rendimento disponível à classe média, que tem sido, desde o primeiro momento deste mandato, uma aposta para nós firme e segura.
Numa pública do gabinete de comunicação da CMF, é referido que a autarca destacou os investimentos da CMF na construção de habitação pública, nomeadamente os 33 novos fogos na Nazaré, num investimento de 4,4 milhões de euros, no âmbito do regulamento Habitar – Funchal, que visa promover habitação para famílias de classe média a preços acessíveis. Além disso, anunciou que a autarquia avançará com a construção de 176 novos fogos, num investimento superior a 28 milhões de euros, incluindo projetos na Penha de França, Quinta das Freiras, Bairro da Ponte e a aquisição e reabilitação de cinco edifícios na zona histórica do Funchal.
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