Há "revolta" em Santa Cruz: governo deixa concelho fora do investimento nas águas

Filipe Sousa: “Isto mexe comigo e não consigo ficar calado, porque estamos a falar do segundo concelho em termos de população".

O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz aproveitou o período de antes da ordem do dia da reunião camarária de hoje para expressar a sua “tristeza e revolta” pelo facto do Governo Regional, através da secretária do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, Susana Prada, tornar hoje público um plano de investimento de 140 para captação e combate às perdas de água, deixando Santa Cruz completamente de fora. Isto apesar dos vários ofícios enviados sem qualquer resposta.

Filipe Sousa reage: “Isto mexe comigo e não consigo ficar calado, porque estamos a falar do segundo concelho em termos de população, que é completamente ignorado, mesmo estando a realizar um trabalho meritório no combate às perdas de água com fundos próprios e com fundos comunitários”, vincou. Destacou, contudo, que a maioria dos avisos para acesso a esses fundos comunitários são feitos à medida do sistema regional, o que permite que o grande bolo vá para a ARM, apesar de a totalidade dos municípios aderentes não chegar a um terço da população de Santa Cruz, refere uma nota da Autarquia.

“Lamento que uma governante, que deveria trabalhar para todos os madeirenses, ignore o segundo maior concelho da Região, apesar de saber que temos um projeto de recuperação das perdas de água orçado em 14 milhões de euros, dos quais foi dado conhecimento ao Governo Regional, sublinha Filipe Sousa, defendendo que um setor tão estruturante como este deveria ser alvo de uma operação integrada e de mecanismos de apoio e não ser “gerido por capelinhas. “

O autarca lembrou que a mesma governante criticou Santa Cruz, quando a atual gestão estava apenas há poucos meses em funções, e quando as perdas de água foram completamente ignoradas no tempo do PSD".

Na reunião foi também aprovado a extensão do suplemento de penosidade e insalubridade, que vai passar a abranger os trabalhadores do CRO e da limpeza urbana, chegando a 113 funcionários.