top of page
Buscar

Ireneu Barreto num "beco" com uma "saída": assinar já a demissão

Foto do escritor: Henrique CorreiaHenrique Correia


Barreto acha que um governo estável pode desencorajar Marcelo até este ter o poder de dissolução. Não é certo que seja assim, mas não custa tentar.




Aquilo que o Representante da República estava a pensar fazer depois de Miguel Albuquerque ter apresentado a demissão, ganhando tempo até à votação final global do Orçamento Regional, deixou de ter validade poucas horas depois quando o CDS veio a público exigir um novo Governo através da queda, já, de Miguel Albuquerque. Uma posição que pode surpreender, mas que no fundo também ratifica uma intenção inicial de Albuquerque em sair já, só alterada para não criar problemas com o Chefe de Estado via Representante, cuja defesa do interesse da Madeira estava acima dos interesses dos partidos, o que também se viu no discurso de Albuquerque, em jeito de politicamente correto.

Esta atitude do CDS, com "ameaça" até de deitar abaixo o seu próprio governo se Ireneu mantiver a sua posição, inverte um pouco esses interesses. Dá a ideia de "tirar o tapete" na coligação, mas pode não ser realmente assim. Barreto até pode ser a voz de uma vontade comum.

Assim, ou Ireneu assina já a demissão, ouve os partidos e convida o PSD a formar novo governo de coligação, com novo presidente, mesmo que esse governo possa ter uma

duração curta até 24 de março, ou arrisca que o CDS tome posições, no Parlamento, que rapidamente deitam o Governo abaixo, como ameaçou hoje o próprio Rui Barreto. É estranho, mas ameaça ficou.

O CDS está a apostar forte numa solução imediata e na sobrevivência política no Governo de coligação. Barreto não quer eleições neste momento, sabe que um novo ato eleitoral mudaria de certo modo o quadro político partidário na Região e tanto o partido do Governo como os associados seriam penalizados na votação por muito que se queira achar que não. Um governo novo, já neste momento, seguindo os trâmites legais, atrasaria o novo Orçamento, mas tinha a vantagem, para o PSD, CDS e até para o PAN, de colocar em exercício um executivo algum tempo antes de Marcelo ter o poder de dissolução do Parlamento Regional. Não significa que o Chefe de Estado não o faça, uma vez que um novo governo saído na sequência de um novo contexto, pode não ter a legitimidade que teve em setembro de 2023, mas Barreto acha que um governo estável pode desencorajar Marcelo. Não é certo que seja assim, mas não custa tentar.

Será interessante seguir os próximos capítulos.



 
 

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
Madeira ponto logo.png
© Designed by Teresa Correia
bottom of page