Ireneu defende Turismo com prevenção de excessos e as nossas "jóias" intactas
- Henrique Correia
- 22 de jul. de 2024
- 3 min de leitura
"Porque, se não o fizermos, perderemos a nossa alma e a nossa identidade, e perderemos, seguramente, o interesse de quem hoje nos quer visitar".

O "novo" Turismo, a importância do Poder Local e as virtudes da aprovação do Orçamento Regional num novo quadro de diálogo parlamentar, dominaram a intervenção do Representante da República na Madeira quando hoje esteve presente na sessão solene do dia do concelho do Porto Moniz. Uma sessão que teve como curiosidade o facto da representação da Assembleia Regional, no caso através da vice presidente Rubina Leal, não discursar como é habitual nestas cerimónias.
Ireneu Barreto abordou este "novo" turismo da Madeira e deu um contributo para a forma como devemos enfrentar estes tempos, no fundo defende que a Madeira faça o que sempre fez de melhor, receber bem uma atividade importante da Economia madeirense, mas "atacando" os problemas e não desvirtuado o destino evitando eventual saturação de visitantes.
Ireneu refere que "não será possível replicar o perfil do turista de há 30 anos para o volume de visitantes que hoje recebemos". Lembra que, também aqui, "o Mundo mudou, e hoje temos de perguntar o que podemos fazer para evitar a degradação da nossa terra e a saturação da nossa população, desde sempre tão hospitaleira".
E o Representante avança com uma "contribuição: "Penso que o desafio é simples: continuar a fazer bem o que sempre fizemos.
Sempre soubemos que temos, na Madeira e no Porto Santo, duas joias raras.
Que conseguimos proteger, na sua natureza, na sua cultura e tradições singulares, na cordialidade e hospitalidade do seu povo.
Como protegemos a nossa Laurissilva e as nossas Reservas Naturais.
E sabemos que a nossa obrigação é transmitir estas joias, intactas, para as gerações seguintes.
Porque, se não o fizermos, perderemos a nossa alma e a nossa identidade, e perderemos, seguramente, o interesse de quem hoje nos quer visitar.
A estratégia certa será agir sempre, e em todas as circunstâncias, para defesa da nossa integridade e da nossa autenticidade.
Prevenindo os excessos, decorrentes de mau comportamento, ganância ou falta de planeamento, e garantindo a sustentabilidade da nossa casa comum e do nosso futuro como sociedade.
Disciplinando o acesso aos pontos turísticos mais apetecíveis, criando soluções imaginativas e responsáveis, mas continuando a receber, com temos feito, com a gentileza e alegria, aqueles que nos visitam.
Não podemos esquecer que, mesmo diversificando a nossa economia, o turismo será essencial para garantir o nosso bem-estar e o nosso futuro".
Ireneu Barreto passou por uma parte mais política e garantiu que "aprovados que estão o programa de Governo e o novo orçamento da Região Autónoma, que espero assinar e mandar publicar dentro dias, depois das vicissitudes de todos conhecidas, é agora o momento de procurarmos a estabilidade necessária para servir a comunidade, como se exige a todos os poderes públicos, e relançar a confiança dos agentes económicos e da população em geral.
Com a convicção de que estamos num contexto novo, que traz dificuldades, mas também cria novas oportunidades.
O tempo complexo que vivemos obriga, a todos os níveis da intervenção política, à necessidade do diálogo e à procura de soluções negociadas.
Embora nem sempre fácil, nem rápido, é um exercício que pode conduzir a uma de governação mais consensual e abrangente.
Tenho, portanto, a expectativa e a esperança de que, também ao nível das relações entre o poder regional e o poder local, se consigam encontrar respostas novas para problemas antigos".
Relativamente ao Poder Local e à Autonomia, o Representante disse que "o sucesso do Poder Local e da Autonomia Regional, nascidos de Abril e defendidos pela Constituição da República Portuguesa, permitiram à nossa comunidade beneficiar, no espaço de poucos anos, de tantos e tão notáveis progressos.
É justo reconhecer, nesta ocasião, o muito que foi feito pelas entidades públicas, Governo Regional, Câmara Municipal e Juntas de Freguesia.
Porque, neste ano em que se celebram os 50 anos do 25 de abril, os cidadãos do Porto Moniz estão também a comemorar os muitos benefícios que a Democracia e Liberdade nos trouxeram:
- A água canalizada e a eletricidade para todos, as escolas e os centros de saúde, os lares de idosos e as acessibilidades viárias, os portos e os equipamentos turísticos;
- E também a liberdade de expressão, de criticar e de se fazer ouvir, e a possibilidade de elegerem quem os represente e, em seu nome, tome as melhores opções para a comunidade".
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