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Ireneu mais "realista" sobre os incêndios: tragédia e catástrofe

  • Foto do escritor: Henrique Correia
    Henrique Correia
  • 8 de set. de 2024
  • 3 min de leitura


Representante da República partilha três certezas: alterações climáticas vieram para ficar; o mais correto, o mais seguro e o mais barato é sempre apostar na prevenção; debate é, tem de ser, muito mais técnico do que político".



O Representante da República na Madeira foi à terra onde nasceu, a Ponta do Sol, concelho a comemorar o seu Dia, falar de liberdade, de Democracia, da situação na Venezuela e particularmente dos incêndios que assolaram a Madeira no ultimo mês. Um tema, os incêndios, agora debatido por Ireneu Barreto com outro realismo e de avaliação mais comedida e medida, relativamente às declarações feitas recentemente quando visitou as zonas afetadas e considerou um sucesso a forma como ocorreu o respetivo combate aos fogos.

Agora, Ireneu diz não poder ignorar "a tragédia dos incêndios que assolaram a nossa Região neste último mês, e constituíram uma catástrofe", sublinhando que "também a Ponta do Sol foi duramente atingida, no seu património florestal e nos terrenos e haveres de muitos dos seus munícipes. (Não esqueço as suas declarações, Senhora Presidente, quando o incêndio lambia as duas margens da nossa Ribeira, o que me fez recear a repetição de 2016, quando o fogo desceu pela Ribeira de João Gomes e entrou no centro do Funchal, ceifando vidas, casas e bens)".

O Representante dirigiu uma "palavra particular de solidariedade para os habitantes da Fajã das Galinhas. Foram obrigados a deixar as suas casas e os seus animais, mas guardam a esperança de encontrarem o mais rapidamente possível uma solução digna".

E foi neste enquadramento de abordar o problema de forma mais realista que Ireneu Barreto partilhou três certezas "como evidentes.

A primeira, "se dúvidas ainda houvesse, é que as alterações climáticas vieram para ficar.

A repetição a que temos assistido de, ano após ano, se conjugarem os vetores de calor, vento e humidade, que constituem o habitat perfeito dos fogos florestais, torna evidente que este contexto deixou de ser excecional.

Se continuarmos a agir como até aqui, teremos fatalmente os mesmos resultados, e com consequências porventura muito mais graves do que as do último mês".

"A segunda certeza que tenho é a de que, neste como noutros assuntos, o mais correto, o mais seguro e o mais barato é sempre apostar na prevenção.

Pelo que é importante que os especialistas se pronunciem sobre formas de vigilância eficaz e permanente das nossas serras – sejam torres de vigias, aumento de recursos humanos na vigilância da natureza, drones, meios aéreos tripulados, faixas corta-fogo e outros mecanismos que internacionalmente se recomendam.

Como será importante que algumas práticas que, embora culturais, como engenhos pirotécnicos, queimadas agrícolas ou fogueiras na floresta sejam no atual contexto desaconselhadas, e venham a ser estritamente controladas, com recurso a todos os mecanismos legais.

Finalmente, a última certeza que vos deixo é que este debate é, tem de ser, muito mais técnico do que político.

É imperioso que os poderes públicos, todos os poderes públicos, trabalhando em conjunto e cada vez mais próximos das populações que os elegeram, possam ouvir os técnicos e concertar estratégias de intervenção de longo prazo, que permitam dar solução aos problemas que envolvem os incêndios florestais.

Porque, ainda que com naturais, saudáveis e democráticas divergências pontuais, deve sempre prevalecer aquilo que justifica e legitima todos os poderes públicos sem exceção - o Bem Comum e o supremo interesse das populações que representam.

E só assim conseguiremos verdadeiramente aproximar os cidadãos, todos os cidadãos, da política e da participação cívica, e evitar o sucesso da demagogia e do populismo que nascem da indignação e do descontentamento".

 
 
 

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