"A melhor forma que temos de preservar, garantir e defender essas conquistas é participarmos no processo".
Podemos dizer que Machico marca a diferença de uma generalizada hegemonia do PSD no Poder Local, na história democrática e autonómica da Madeira. Três partidos diferentes já lideraram a Câmara Municipal, designadamente o UDP, PSD e PS. E tem o padre Martins Júnior como o símbolo de um movimento de luta, com a Ribeira Seca, onde era pároco não reconhecido pela Igreja Católica, apresentada como a "terra libertada". Um concelho de figuras de relevo, como o cardeal D. Tolentino Mendonça ou o Bispo de Leiria Fátima e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, entre muitos outros que marcam a História e a Cultura de Machico.
Hoje, houve sessão solene do Dia do Concelho, momento aproveitados pelo Representante da República para abordar um assunto que, de facto, constitui um impasse nada consentânea com a vivência democrática: não é possível o voto em mobilidade e dos emigrante nas eleições regionais. As eleições para a Assembleia Regional são as únicas onde isso acontece, até nos Açores já é possível. Nesta curta sessão legislativa, a Iniciativa Liberal apresentou uma proposta que foi chumbada pelo Parlamento, a chamada "casa da Democracia" que tem adiado uma medida democrática, apesar do próprio presidente deste principal órgão da Autonomia já ter manifestado, por diversas vezes, ser favorável ao voto antecipado e em mobilidade.
Ireneu Barreto foi a Machico deixar uma mensagem. Foi mesmo no final da intervenção: "Aos cidadãos que agora se candidatam para, através dos partidos políticos e em nome da Comunidade, tomarem as opções que decidirão aquilo que a nossa Região Autónoma será nos próximos anos, desejo que possam, em ambiente de calma e civismo, como sempre tem acontecido, apresentar as suas propostas.
E que, uma vez eleitos, tenham sempre claro o único propósito legítimo do exercício de cargos públicos- a defesa do supremo interesse das populações.
Nesse desígnio, entre temas tão vastos, pergunto se não será tempo de se ponderar a consagração do voto em mobilidade e o voto dos nossos emigrantes".
O Representante considera importante o exercício do dever cívico do voto, um direito que a Democracia consagrou: "A melhor forma que temos de preservar, garantir e defender essas conquistas é participarmos no processo democrático. Por isso, apelo a todos os que têm o direito de votar que considerem que também têm o dever de o fazer, pois só assim poderão, com o seu voto, que é no fundo a sua arma, influenciar os destinos da nossa Terra. ".
Ireneu ressalvou os benefícios de Abril de 74 só para recordar algumas correntes que ainda defendem o regresso a esse tempo anterior a 74. E apontou três conquistas que Abril trouxe; a Democracia, a Autonomia e o poder autárquico democrático.
"Se vemos hoje concluídas infraestruturas fundamentais, se temos um Centro internacional de negócios e uma Zona Franca consolidados, se conseguimos potenciar os fundos estruturais para atingir um desenvolvimento económico e social inegável, devemo-lo à Autonomia, logo devemo-lo à Revolução cujos 50 anos agora se comemoram".
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