Representante diz que a condição governativa de gestão "não prejudica boa gestão da coisa pública, nomeadamente ao nível de contratos e concursos públicos indispensáveis e urgentes, como são exemplo os atos de execução dos investimentos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência".
O PSD fechou o conjunto de audiências com o Representante da República e disse o que já se sabia, que não quer eleições antecipadas e defende um novo presidente e um novo governo para não desbaratar a maioria parlamentar que permite a maioria absoluta.
No final, Ireneu Barreto revelou que na próxima semana irá pedir uma audiência com o Presidente da República, de quem depende diretamente, para dar a conhecer a situação política da Madeira e as alternativas de futuro.
O Representante deixou, no entanto, uma espécie de "resposta" para cenários de risco para a Madeira em consequência do Governo de Gestão: "Gostaria, no entanto, de salientar e garantir a todos que a atual situação de governo de gestão, que aliás tem antecedentes em Portugal, e nesta Região Autónoma em particular, não prejudica a normal execução da despesa pública, nem a tomada de decisões necessárias inadiáveis e fundamentais para a boa gestão da coisa pública, nomeadamente ao nível de contratos e concursos públicos indispensáveis e urgentes, como são exemplo os atos de execução dos investimentos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência".
Ireneu Barreto esclarece que, para decidir,
"atento o poder de dissolução da Assembleia Legislativa Regional disposto na Constituição, torna-se indispensável consultar-me junto de S.Exa. o Presidente da República relativamente à avaliação que S.Exa. está a efetuar de toda esta situação. Com esse propósito, vou solicitar a S.Exa. o Presidente da República que me receba durante a próxima semana.
Ponderados todos os dados disponíveis, conto poder comunicar aos madeirenses e porto-santenses a minha decisão até final da próxima semana ou, no máximo, no início da semana seguinte".
Neste momento grave, refere o Representante, "gostaria de realçar que tudo tenho feito para encontrar uma solução para a atual crise que tenha o menor impacto possível na situação económica e social da Região. Procurei aliás que a demissão do atual Governo só tivesse acontecido após a aprovação do Orçamento, o que permitiria que os cidadãos, as empresas e a administração pública pudessem beneficiar de novas medidas previstas nesse diploma, nomeadamente em termos fiscais e de investimento público. Tal não foi possível".
Assim, sublinha, "é indispensável que todos, os que servem a causa pública, a população e os agentes económicos mantenham a serenidade, e continuem a trabalhar em prol do desenvolvimento da nossa terra, com a plena convicção de que, nesta como noutras situações, o nosso regime democrático será capaz de encontrar as melhores soluções para o nosso futuro coletivo".
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