Jardim e Albuquerque em almoço de "pazes conjunturais"
- Henrique Correia
- 26 de mar.
- 2 min de leitura
Jaime Filipe Ramos no Governo previne eventuais consequências do processo judicial para Albuquerque. É a máquina do PSD-M a assegurar, se for necessário, essa transição.

Miguel Albuquerque confirmou a sua capacidade de resistência às adversidades e à pressão de vários sectores, internos do PSD, mas também externos, a que se juntaram outros factores que, todos juntos, resultaram numa votação alargada no projeto social democrata. Entre esses outros factores, esteve o apoio de Alberto João Jardim, um crítico dos "renovadinhos", denominação atribuída ao movimento que levou Albuquerque ao poder no PSD.
Efetivamente, como aqui referimos, Albuquerque enviou uma mensagem a Jardim, via Guilherme Silva, para que o antigo presidente do Governo e do partido fosse mais brando nas críticas que faz habitualmente na rede "X". E de facto, Jardim reduziu as publicações e foi mais longe ao manifestar publicamente a sua intenção de voto neste PSD de Miguel Albuquerque.
Sabe-se agora que essa boa vontade foi ainda mais além, valeu um almoço na segunda-feira anterior às eleições regionais, onde sem adiantar nada de novo, foi um momento de compromisso. Uma espécie de "pazes conjunturais", uma vez que Jardim não é de ficar em silêncio durante muito tempo, sobretudo relativamente a seus "ódios de estimação".
Miguel Albuquerque ficou, assim, com o pleno. Segurou os apoios, segurou as promessas em áreas chave, segurou críticos, segurou a faixa interna de Manuel António, segurou Jardim e depois segurou o CDS. É obra para um homem só, pressionado e arguido.
E agora, segue-se a formação do Governo, outra tarefa complicada, havendo desde já a certeza de uma secretaria, da Economia, para José Manuel Rodrigues, é a troca pelo apoio do 24º deputado.
Mas algumas fontes garantem que haverá algumas novidades, sendo que a entrada provável de Jaime Filipe Ramos estará a ser preparada com uma componente preventiva para o caso de Miguel Albuquerque vir a ser chamado no âmbito do processo judicial, situação que poderia levar à saída do Governo e, nesse contexto, era importante que a máquina do "PSD governativo" tivesse alguma influência/garantia de continuidade no normal funcionamento do Governo, apesar da continuidade de Eduardo Jesus e Jorge Carvalho no Executivo, que em dezembro estiveram a postos para uma fase de transição quando Albuquerque ponderou a saída. Foi por dia, mas ponderou.
Recorde-se que no âmbito da audição aos partidos, o PSD é o primeiro a ser recebido pelo Representante da República, a quem vai entregar o acordo de Governo com o CDS.
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