Jardim e a comissão de inquérito sobre favorecimentos: a oposição estendeu uma passadeira vermelha onde os empresários desfilaram com aquelas perguntas de pobreza franciscana.
Alberto João Jardim não deixa nada por dizer, mesmo com equívocos de vez em quando, e voltou a deixar declarações surpreendentes, na RTP-M, numa altura em que se fala de eventuais favorecimentos a empresários, por parte dos seus governos e dos governos de Albuquerque. E é aqui que Jardim admite ter sempre defendido os grupos empresariais madeirenses, mas nega ter favorecido os empresários. Mas...faz transparecer que deixa escapar o que quer dizer:
"Nunca favoreci. Mas informalmente, junto de ministros e banqueiros, quando me perguntavam sobre grupos económicos, dava as melhores referências. E eu dizer à Banca as melhores referências de um grupo, é um bom caminho andado. E estava a dizer a verdade porque as coisas estavam a correr bem. Era do interesse da Madeira ter fortes empresas madeirenses". Na realidade, falar a favor não é favorecer.
O antigo presidente do Governo Regional Alberto José Jardim também disse, esta segunda-feira, no habitual comentário na RTP Madeira, que os empresários chamados à comissão de inquérito para avaliar declarações de Sérgio Marques sobre favorecimentos do Governo, desmontaram muitos tabus instalados na sociedade madeirense.
Mas Jardim, como sempre, elogiou por um lado os empresários, diz mesmo que foram esclarecedores, mas por outro deixou claro que para Luís Miguel Sousa e para Avelino Farinha aquela passagem pelo Parlamento foi como um passeio. O antigo presidente do Governo diz mesmo que a oposição estendeu uma passadeira vermelha onde os empresários desfilaram com aquelas perguntas de pobreza franciscana. A oposição foi mal preparada. Ou seja, Jardim até parece insinuar que deputados melhor preparados ainda podiam tirar alguma coisa dos empresários, mas assim foi um desfilar a belo prazer de homens de negócio, madeirenses que segundo Jardim devem ser valorizados.
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