Quando em Congresso Regional em que “passei a pasta”, Passos sentenciou: "De aqui a três semanas já ninguém se lembra dele”.
A 24 de Novembro de 2012, o Correio da Manhã publicava esta imagem e esta nota sobre declarações de Jardim com a presença de Passos Coelho:
"É sempre importante, é um sinal de solidariedade do PSD nacional com o regional", declarou Jardim aos jornalistas na entrada para o XIV congresso dos sociais-democratas madeirenses que decorre este fim-de-semana no Funchal.
Alberto João Jardim, decididamente, está em choque aberto e público com a estrutura de liderança de Miguel Albuquerque no PSD Madeira, um posicionamento que está cada vez mais visível e sobretudo depois das internas quando o Partido ficou dividido no confronto entre o atual líder e Manuel António Correia, um antigo secretário regional do tempo de Jardim.
A recente disputa interna deixou sequelas, de militância primeiro, nos lugares políticos governativos depois, com uma perceptível consequência para os apoiantes da fação derrotada, que a pouco e pouco vêm sendo afastados dos cargos no Governo e em funções intermédias na Administração Pública.
Miguel Albuquerque ganhou por poucos, embora as vitórias por poucos sejam vitórias na mesma. Mas esta revelou o que é inegável, o PSD-M está dividido, mas a "máquina do tempo" criou raízes, o poder económico de "elite" também e a comunicação nem se fala, está tudo alinhado com os "Deuses".
Nos últimos dias, Jardim tem vindo a debruçar-se sobre diversos momentos do PSD. Muitos dirão que devia estar calado pelo histórico, mas outros consideram importante que traga algumas questões desconhecidas do grande público. Mas um assunto que o tira do sério está bem guardado e ainda não resolveu, foi a subida de Miguel Albuquerque ao poder, o que segundo o antigo presidente social democrata e do Governo, aconteceu com uma ajudinha de Passos Coelho, então primeiro-ministro. "Uma penitência", escreve Jardim.
O antigo presidente diz que "enquanto na Política ativa, uma das penitências" com que se deparou "foi Passos Coelho. Desde que ele fez da JSD nacional um “clube dele”- com outro, por cá, a querer fazer o mesmo - incompatibilizámo-nos ideologicamente. Apesar de retornado de África e bastante à “direita”, ao contrário de mim, é a favor do sistema político-constitucional vigente, acreditando com este ser possível desenvolver Portugal, através, como se viu, de caminhos orçamentalistas anti-sociais. Sintonizado com a maçonaria, a partir de 2011 apoiou a falsa “renovação”. Um dia, no meu gabinete, ambos ainda em funções governamentais, disse-me que eu tinha de assumir as consequências de, entre Lisboa e Madeira, eu ter escolhido a Madeira. Quando do Congresso Regional em que “passei a pasta”, na reunião da Comissão Política Regional, então sentenciou: “de aqui a três semanas já ninguém se lembra dele”.
O PSD até pode ser um Partido aberto e democrático. Mas também faz uma seleção pela confiança política, um argumento forte para explicar nada. E aqui, para a liderança, quase metade do partido não é de confiança.
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