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Foto do escritorHenrique Correia

João Paulo Marques e Rui Coelho dão expressão ao "incómodo" laranja




João Paulo Marques: "José Manuel Rodrigues deputado competente, Presidente cumpridor...Do acordo celebrado por José Manuel Rodrigues e tolerado pelo PSD, não se conhece negociação".




João Paulo Marques, social democrata, comentador nos jornais da Região, escreveu este sábado a sua colaboração regular no Diário onde põe em cima da mesa uma divisão que "assalta" consciências e desperta reflexão no PSD, mas segundo o militante "laranja", também na oposição: mais do que a escolha de José Manuel Rodrigues como candidato, foi a eleição com 40 votos, um número muito superior aos 24 deputados do PSD, CDS e PAN.

Mas João Paulo Marques faz um artigo em que, mais ou menos explicitamente, dá "uma no cravo, outra na ferradura", ao mesmo tempo que estranha o PSD através da acusação que faz à oposição. Não quer criticar abertamente o PSD, mas critica, não quer criticar a atitude de José Manuel Rodrigues, mas fá-lo mesmo que diga que não e mesmo com os elogios que faz ao recém eleito presidente do Parlamento: "Deputado competente, Presidente cumpridor. Rodrigues é um dos grandes ativos (talvez o último) que o CDS tem na Madeira. Fez-se fiel da balança parlamentar, em 2019, e quando poucos esperavam, voltaria, em 2023, a ser o escudo que completava a nota de mil".

Para João Paulo Marques, Rodrigues "valeu-se da aritmética" parlamentar (o seu voto vale a maioria absoluta, apesar da negociação com o PAN) e das "tréguas do PSD ocupado com outras guerras" para negociar a curiosidade do presidente da Assembleia pertencer ao grupo parlamentar mais pequeno".

O articulista escreve "que em boa verdade, o PSD assinou três acordos: um com o CDS, um com o PAN e outro com José Manuel Rodrigues."Do acordo celebrado por José Manuel Rodrigues e tolerado pelo PSD, não se conhece negociação, ignora-se qualquer documento e duvida-se da validação partidária. E o que faz a oposição? Bateu palmas e deu a bênção ao acordo e à eleição". O autor do texto aponta a falta de coerência da oposição que, em sua opinião, é mais relevante do que a responsabilidade de quem celebrou o acordo".

Obviamente, João Paulo Marques foi hábil na forma como abordou o assunto. Na verdade, uma habilidade insuficiente para evitar o que corresponde a um incómodo dentro do PSD a nova escolha e eleição de José Manuel Rodrigues quando há muito essas facções consideram que o maior partido deve ter a figura principal da Autonomia.

De facto, não se pode dizer que o PSD está dividido, mas também não se pode dizer que está unido, "alegre e contente". Desde 2019 vem perdendo margem de eleitores e sucedem-se os acordos para continuar no poder.

Não será certamente por acaso que Rui Coelho, agora na equipa de Pedro Calado, também num escrito publicado na imprensa, escreve que "o PSD tem de regressar às bases". É caso para questionar o líder do partido sobre esta observa de um militante de algum "peso": "O PSD dustanciou-se das bases?"

Rui Coelho escreveu mais: "Tenho a convicção de que precisamos de reaprender o que temos vindo a perder:  a nossa marca basista e familiar, de grande proximidade com a população, de meritocracia, cativando os melhores da nossa sociedade, em todas as áreas, não discriminado, não sendo elitistas".

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