Suspensão pedida por José Luís Nunes sem relação direta com a presidência do Parlamento apesar de se manterem divergências internas sobre dar a Assembleia ao CDS.
Miguel Albuquerque já tinha acertado a presidência da Assembleia para o CDS há algum tempo. E a ideia ficou ainda mais reforçada com o resultado eleitoral que veio dar como que um "kit" de sobrevivência a José Manuel Rodrigues, que a seu favor tem um trabalho de visibilidade nunca antes visto no Parlamento, mas contra si tem vários setores políticos do PSD que entende, como sempre entendeu, que o partido maioritário é que deveria ter a liderança do principal órgão da Autonomia.
Acontece que o cenário político que levou Rodrigues ao poder no Parlamento, dizem que numa pressão que até deixou em aberto a passagem a independente com os perigos daí advindos para a maioria absoluta, manteve-se igual nestas eleições de 2023. Não foi o CDS a perder o deputado que faltava, tinha 3 e continuou com 3. Quem perdeu foi o PSD. E mesmo com o voto do PAN, o PSD não pode correr os riscos de uma cisão no CDS, além de que Albuquerque ficou um pouco sem argumentos, tirando o ponto de vista partidário puro, para tirar José Manuel Rodrigues da Assembleia, sabendo que neste mandato o presidente da ALRAM soube ir criando cadeias de apoio na sociedade civil que funcionam um pouco como pressão que ajuda no momento de decidir.
Fontes do PSD Madeira e ao CDS são unânimes em dizer que o problema não foi José Luís Nunes, que consideraram ter sido uma opção de Albuquerque como se se tratasse de uma "reserva" para qualquer eventualidadr. E o médico não gostou nada de ver o seu nome associado a um jogo de poder para o qual, ele próprio, não só não está disponivel como não tem necessidade. E o pedido de suspensão poderá ter a ver com esse cenário que alguns sectores do partido trouxeram para os jornais.
As fontes contactadas e que reputamos de algum peso interno, garantem que o PSD está dividido relativamente a José Manuel Rodrigues, sempre esteve, mas reconhecem que até não foi um mau presidente da Assembleia e particularmente para o PSD. E Albuquerque não quer criar mais um caso e pretende fazer um mandato tranquilo, até porque no fundo há sempre a dúvida sobre se a falta de maturidade política do PAN pode vir a trazer problemas e nesse caso é preciso uma coligação sem falhas.
Claro que em política as situações nunca estão fechadas e os contornos podem sofrer evolução. Como disse Albuquerque ao jornalista Vítor Gonçalves sobre dizer uma coisa e alterar depois relativamente à demissão, "é a política a ser política".
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