Presidente da Assembleia diz que "haverá, com certeza, um retrocesso na globalização, tal como a conhecíamos, com o isolamento de alguns mercados".
O presidente da Assembleia Regional disse hoje, no âmbito de uma conferência por ocasião do Dia Mundial do Consumidor, realizada no Parlamento, que "nestes tempos conturbados de guerra, em que se perspetivam dificuldades e mesmo ruturas nos abastecimentos de bens essenciais, em que se assiste a uma subida generalizada dos preços das matérias-primas, da energia e dos combustíveis, em que existem problemas nas redes de logística, de transporte e de distribuição, e em que se regista uma inflação galopante,
vão, com certeza, levantar-se novas questões relativamente aos direitos dos consumidores e ao cumprimento dos deveres dos produtores".
José Manuel Rodrigues diz que "esta realidade, que nasce com a pandemia e se agudizou com a invasão da Ucrânia, provocou uma desregulação dos mercados, com desfasamentos entre procura e oferta, que tão cedo não vai estabilizar.
Neste Dia Mundial dos Consumidores, há três consequências destes acontecimentos, em particular a resultante da situação de guerra no coração da Europa, que me parecem inevitáveis:
- Em primeiro lugar, é evidente que, em poucos dias, a geopolítica e a
geoeconomia mundiais já sofreram alterações, e isso terá reflexos relevantes nas relações comerciais entre os diversos blocos políticos;
- Em segundo lugar, é imperioso que o eixo económico transatlântico Europa-Estados Unidos seja reforçado, admitindo-se um novo acordo comercial entre estas duas grandes economias;
- Em terceiro lugar, haverá, com certeza, um retrocesso na globalização, tal como a conhecíamos, com o isolamento de alguns mercados;
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