Essa "reserva" (Cunha e Silva) ia custar outros conflitos internos e Albuquerque não estará interessado em abrir uma "guerra", por exemplo, com Jaime Filipe Ramos, o líder parlamentar do partido e um dos homens fortes da estrutura.
O líder do PSD Madeira entrou numa semana decisiva para o processo eleitoral de 24 de setembro. Tem a Festa do Chão da Lagoa a 23 de julho e não quer que nada prejudique a unidade social democrata e a manifestação de força e dimensão que representa a moldura humana que chega dos diversos concelhos. Albuquerque quer todos em festa, os felizes e os amuados assim que saírem as listas. Os amuados terão esta "despedida" da "felicidade", alguns de bandeira em punho para ver se "salvam o futuro".
Fontes do partido garantem que Albuquerque já tomou a decisão ponderando os prós e os contras da colocação de dois candidatos do CDS nos primeiros dez, o que é manifestamente muito para o que é suposto ser o valor, hoje, do CDS. O líder já terá garantido o apoio a José Manuel Rodrigues, considerado "um bom presidente da Assembleia para o PSD", a avaliar pelas declarações de deputados que têm mantido uma boa relação do o presidente centrista do Parlamento.
Sabe-se, também, que Albuquerque deixou em "banho maria" o antigo vice presidente de governos de Jardim, Cunha e Silva, que nos últimos tempos tem feito várias tentativas de aproximação à atual liderança, que numa primeira fase chegou mesmo a "abalar" sobre uma eventual candidatura a presidente da Assembleia. Só que essa "reserva" ia custar outros conflitos internos e Albuquerque não estará interessado em abrir uma "guerra", por exemplo, com Jaime Filipe Ramos, o líder parlamentar do partido e um dos homens fortes da estrutura, que não estará nada interessado em ter Cunha e Silva na presidência da Assembleia. No fundo, antes José Manuel Rodrigues, dará menos problemas.
O mesmo acontece com José Prada, o secretário-geral, que deve ter lugar de destaque na lista e que chegou a pensar na presidência da Assembleia como uma hipótese que veria com bons olhos, e de certo modo natural por ser presentemente um dos vices, mas que rapidamente colocou de parte face às reticências de Albuquerque, a braços com este complexo processo negocial. Mas Prada, agora, até prefere José Manuel Rodrigues a Cunha e Silva.
Todos sabem que Miguel Albuquerque não é nada dado a gerir amuos e decide o que for para decidir. Como diz o povo, "não tem amigos", que digam os que já "tropeçaram" no "tapete". E por isso, as mesmas "fontes" acreditam que poderá manter José Manuel Rodrigues e ficar tranquilo com supostas "rebeliões" internas, consciente que há muito lugar para distribuir nesta gestão de egos.
De fora das contas fica Tranquada Gomes, que ficou "sem chão" em 2019, pelas negociações que conduziram à candidatura de José Manuel Rodrigues, que na altura era o deputado que valia a governação, e volta a ficar de lado nesta eleição. E dizem que nem Jardim o apoiou num eventual regresso à ribalta, o que até é natural face ao apoio de Tranquada a Miguel Albuquerque no "tempo quente" da mudança interna.
Por estas e por outras, o Chão da Lagoa promete. Ficando os amuos para depois, a Festa fica mais leve.
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