Carlos Rodrigues militante social democrata e deputado até agora: "Descer a este nível é descredibilizar tudo o que foi conquistado em 50 anos, é reduzir a política a uma mercadoria de souk magrebino".
O líder do CDS/PP Madeira confirmou hoje contactos com o PSD, por um lado, e com o PS/JPP por outro, visando o entendimento parlamentar numa solução de Governo. E mesmo que os seus deputados sejam insuficientes para perfazer, para qualquer dos lados, os 24 da estabilidade, a verdade é que há uma espécie de "leilão" para oferecer a José Manuel Rodrigues a presidência da Assembleia, o que a acontecer será a continuidade negocial, que desta vez não depende apenas do voto do CDS, como em 2019, mas precisa do apoio de mais três deputados, no caso do PSD, para onde Rodrigues está mais inclinado.
Esta posição tornada pública hoje, no Diário, depois de José Manuel Rodrigues ter ido à Quinta Vigia e ao Palácio de São Lourenço, na audiência com o Representante, já suscitou algumas reações no universo social democtata, onde estas cedências a José Manuel Rodrigues nunca foram bem recebidas. A do militante Carlos Ridrigues, até agora deputado, expressa o pensamento de uma faixa social democtata, embora o próprio esclareça que só pode ser vinculada a si próprio, num espaço seu no Facebook. Uma opinião dura, como se pode ler e ver. Para ver e ler bem:
"O que realmente está em causa é vendermos o lugar mais alto da Autonomia madeirense a um partido que fez as afirmações que fez durante a campanha e que abaixo estão plasmadas.
Afirmações desleais, sórdidas, falsas, desrespeitosas, demagógicas e cínicas. A Autonomia madeirense não pode ter no seu mais alto cargo quem não olha a meios para atingir fins porque não se pode passar uma campanha inteira a descartar e escorraçar um parceiro do passado e, pelos vistos, do futuro, a fazer de conta que não se sustentou um governo e TODAS as suas decisões, que não estivemos na governação, que nada tivemos a ver com o que se passou, que não contribuímos para os sucessos e para os falhanços, que não vimos nada, que nada soubemos e que nada influenciámos.
Descer a este nível é descredibilizar tudo o que foi conquistado em 50 anos, é reduzir a política a uma mercadoria de souk magrebino".
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