A moção de censura é normal, a mensagem do Governo é normal, é tudo normal. Menos quem acha que a moção é uma anormalidade.
A Democracia, na Madeira, está a viver novos tempos. E a Região está a passar um pouco por um período "às aranhas" à conta da vigência, desde 2019, das maiorias relativas que acabaram com o longo período de maiorias absolutas. É como se fosse tudo novo, e na verdade até é neste meio de quarro décadas e um pouco mais de poder social democrata, mas parece mesmo novo, também, ao nível do conhecimento relativamente ao que é viver na plenitude das regras democráticas num quadro que já é normal por outras paragens, mas que por aqui ainda se reveste de uma complexidade de percepção e de entendimento sobre como viver politicamente assim, como encarar toda a parte processual e como ver a maioria relativa com os naturais constrangimentos previstos democraticamente sem que o expediente disponível e previsto legalmente possa ser observado como um entrave seja a quem for.
Ninguém estava preparado para isto, esta é que é a realidade. As maiorias absolutas sempre permitiram, à governação regional, uma confortável vivência democrática, que tantas vezes permitia um excesso de poder que era confundido com défice democrático. As instituições funcionavam, de forma absoluta, mas funcionavam, o Tribunal de Contas fiscalizava, pelo menos pensa-se que bem, as eleições ditavam os resultados, por isso não era por défice democrático. Mas era, sim, por excesso de poder, que advinha das circunstâncias da maioria absoluta, que não só passava tudo no Parlamento, como também permitia uma ação diária sem o escrutínio de hoje e sem os atrevimentos de hoje.
A política, na Região, não tem sabido viver nesta Democracia de poder relativo, a precisar de algo onde o PSD não tem "escola", a negociação, e onde a oposição não sabe muito bem o que fazer quando o poder pode cair nas mãos. Não sabe unir-se no essencial, afirmar-se pelos projetos e ter a noção que a confiança é o ponto fundamental para ganhar o voto e poder, assim, contrapôr com a postura do PSD, para quem uma moção de censura ou uma redução de influência, assumem uma dimensão de tragédia não obstante ser um instrumento natural do espectro democrático que serve para tudo e encaixa em tudo, no bom e no mau.
Mas é bom que os políticos desçam à terra. O cenário político é outro, o PSD deve negociar com a oposição, esta deve ser responsável, e não há que ter medo dos formalismos previstos em Democracia nem uma postura de ameaça ao eleitorado, aos funcionários e aos empresários. A moção de censura é normal, está previsto, é para usar pela oposição, e resta ao Governo encontrar mecanismos, democráticos, para contrapôr com essas realidades e com as armas que a Democracia permite.
A moção de censura é normal, a mensagem do Governo é normal, é tudo normal. Menos quem acha que a moção é uma anormalidade.
moção de censura é normal, a mensagem do Governo é normal, é tudo normal. Menos quem acha que a a moção é uma anormalidade.
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