Esta ideia foi deixada pelo Representante da República na cerimónia do Dia de Portugal na Madeira
O Representante da República na Madeira presidiu, na Região, às cerimónias do Dia de Portugal e fez uma intervenção que incidiu na Portugalidade, na Autonomia e no aprofundamento/aproveitamento daquilo que é conferido pelo poder autonómico.
Ireneu Barreto deixou varios alertas indiretos relativamente a eventuais alterações legislativas revindicadas pela Região no sentido de alargar os poderes da Autonomia, envolvendo alterações por via da Revisão Constitucional que poderão conduzir à própria mudança no cargo de Representante na forma e no conteúdo em algumas propostas.
Ireneu considera que "a Autonomia é uma construção dinâmica, que pode e deve evoluir. Pelo que será sempre legítimo refletir sobre aquilo em que pode ser melhorada, e que os representantes democráticos decidam, em razão dessa reflexão, introduzir mudanças no regime atual.
Tenho a convicção, porém, que mais que introduzir alterações ao quadro legislativo que tão bom resultado permitiu, o caminho deverá passar por aproveitar até ao limite os poderes que a Constituição e o Estatuto Político-administrativo conferem aos órgãos de governo próprio".
Da parte do Representante, vem a promessa de colaboração: "Da minha parte, continuarei sempre a trabalhar para que a Autonomia possa funcionar em pleno. Procurando ser um contributo para as soluções, e nunca para o acréscimo de dificuldades. Desejando ser um fator de apaziguamento e consenso entre a República e a Região, e entre as forças políticas locais".
ireneu vai colabor "ativamente nas várias fases do processo legislativo, por forma a prevenir e evitar questões de desconformidade constitucional, o que a minha presença próxima e o conhecimento das realidades facilita. Incentivando, inclusive, os órgãos próprios da Região à adoção de medidas legislativas em áreas que me parecem relevantes, como recentemente fiz a respeito da criminalização do tráfico das novas substâncias psicoativas ou da transferência de poderes para as autarquias locais".
Para Ireneu, a Autonomia Política "permitiu, dando às comunidades insulares poderes e recursos para tomarem as suas próprias opções de desenvolvimento, que se transformasse uma Região pobre e totalmente dependente, como era o arquipélago da Madeira em 1974, num moderno território europeu que olha o futuro com confiança.
Mais do que números abstratos do crescimento económico, foi a Autonomia quem possibilitou, em passo acelerado, o acesso da generalidade dos cidadãos à satisfação das suas necessidades básicas, a cuidados de saúde modernos, a uma habitação condigna, a uma educação inclusiva e a uma oferta cultural ampla, numa sociedade que é hoje muito menos desigual e injusta.
É, por conseguinte, importante reafirmar, neste dia em que celebramos Portugal em toda a sua diversidade, que a Autonomia é uma conquista que deve orgulhar não só os madeirenses e os açorianos, mas todos os portugueses".
Depois de abordar as comunidades e evidenciar a sua preocupação pela insegurança designadamente na África do Sul e na Venezuela, o Representante falou da importância do rigor da comunicação social e da necessidade de termos uma atitude mais exigente relativamente aos governos: "Nós, cidadãos, podemos fazer muito mais.
Podemos e devemos pedir mais a quem nos governa. Sem, porém, exigir resultados impossíveis, que só se podem concretizar na demagogia retórica de quem nunca será solução para os anseios das pessoas comuns.
Podemos e devemos interessar-nos assertivamente pelos assuntos da nossa comunidade.
Mas pelos assuntos importantes para o nosso futuro, e não apenas pelos títulos que fazem a espuma dos dias, e rapidamente sucumbem à próxima maré mediática. E, sobretudo, podemos e devemos participar na política e na vida pública. Porque quem não participa, nem contribui, e se limita a criticar uma realidade da qual voluntariamente se alheou, ficará sempre sujeito a que sejam outros a decidir o seu futuro
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