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Foto do escritorHenrique Correia

Marcelo: crescimento sem redução da pobreza não é sustentável



"Enquanto durarem as guerras e a lenta recuperação económica, os que mais sofrem são os mais pobres, mais dependentes, mais excluídos".





O Presidente da República deixou vários alertas na sua mensagem de Ano Novo, falou da Democracia expressa pelo voto popular como um direito que será exercído por três vezes pelos portugueses, as eleições nos Açores, em fevereiro, as eleições nacionais antecipadas de 10 de março e as europeias em junho. Marcelo reaviva a memória aos portugueses: desde 1974, entre nós, é o Povo – e só o Povo – quem mais ordena. Quem mais decide, a pensar no seu futuro. A pensar no futuro de Portugal".

Marcelo diz que 2023 terminou com mais desafios do que começou, entre duas guerras, na Ucrânia e no Médio Oriente, e num contexto de meio século da Democracia em Portugal.

O Chefe de Estado recordou o que disse sobre o mundo e disse ter ficado claro "que enquanto durarem as guerras e a lenta recuperação económica, os que mais sofrem são os mais pobres, mais dependentes, mais excluídos".

Na Europa, disse Marcelo, "ficou claro que o crescimento marca passo – mesmo nas sociedades mais fortes. Ficou claro que o egoísmo, o fechamento, a preocupação com a segurança, ganharam adeptos, que querem uma União Europeia fortaleza distante do resto do Mundo e, até, distante do resto da Europa. Ficou claro que, ainda assim, a maioria entende que negar alargamentos e parcerias é pior do que fazê-las, com preparação, bom senso e equilíbrio".

Marcelo Rebelo de Sousa afirma que "em Portugal, ficou claro que contas certas, maior crescimento e emprego, qualificação das pessoas, investimento e exportações, são essenciais. Mas ficou também claro que crescimento sem justiça social, isto é, sem redução da pobreza e das desigualdades entre pessoas e territórios não é sustentável.

Ficou claro que efetivo acesso à saúde, à educação, à habitação, à solidariedade social é uma peça-chave para que haja justiça social e crescimento.

Ficou claro que a administração pública e a justiça podem fazer a diferença, nestes anos em que dispomos de fundos europeus irrepetíveis e de uso urgente.

Ficou claro que depois da legítima decisão pessoal de cessar de funções de quem foi o segundo mais longo Chefe do Governo em Democracia, e o mais longo neste século, deveríamos estar todos atentos e motivados para as eleições de março. Para percebermos como vai ser o tempo imediato em Portugal. Na avaliação como na escolha".

O Presidente recorda que "por simbólica coincidência, este é o ano do meio século da Democracia em Portugal. Há meio século, por esta altura – 1 de janeiro de 74, final de 73 – em Portugal, as contas já não eram certas, o primeiro choque petrolífero abanava a economia, a situação em África degradava-se todos os dias, rapidamente, e os que emigravam ultrapassavam um milhão.

Sabemos que o voto não é tudo. Mas, sem voto, não há nem Liberdade, nem Democracia. Sabemos que todas as Democracias – e também a nossa – são inacabadas, imperfeitas, desiguais, deveriam ser menos pobreza, menos injustiça, menos corrupção, menos desilusão dos menos jovens, mais lugar para trabalhar e viver dos mais jovens.

O que se espera e exige dos próximos cinquenta anos é muito mais do que aquilo que foi realizado naqueles que, em 2024, terminam. Até porque os tempos são e serão sempre mais rápidos, mais exigentes, e mais difíceis. E o começo desses mais cinquenta anos é hoje, é agora, é já, na Vossa decisão sobre o rumo que quereis, para os Açores, para Portugal, para a Europa".

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