"Espero bem que o Ministério Público possa ler os capítulos do livro (do antigo governador do Banco de Portugal) que têm a ver com o Banif, e se ler não pode deixar de abrir uma investigação criminal"
A luta dos lesados do Banif ainda à espera de solução
O livro do antigo Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, está a dar que falar pelas acusações que faz ao primeiro-ministro sobre eventual pressão para proteger a empresária angolana Isabel dos Santos. Mas não só, a publicação faz referência, também, a todo o processo relacionado com o Banif e o respetivo processo de venda, ao ponto de Marques Mendes considerar que o capítulo sobre o assunto merece atenção do Ministério Público. Marques Mendes, antigo líderdo PSD e atual cimentador televisivo, foi quem apresentou o livro do ex-governador.
Diz que a resolução do Banif, em 2015, merece que o Ministério Público abra uma investigação. Diz que o caso foi promiscuo e de favorecimento ilícito.
"Espero bem que o Ministério Público possa ler os capítulos do livro que têm a ver com o Banif, e se ler não pode deixar de abrir uma investigação criminal. É um caso típico de abuso de poder e favorecimento de uma sociedade. Por muito menos, já vi o Ministério Público abrir inquéritos e constituir arguidos", refere uma notícia da SIC.
A venda do Banif, Banco Internacional do Funchal, foi assim explicada, na altura, pelo Banco de Portugal, em comunicado:
"As autoridades nacionais, Governo e Banco de Portugal, decidiram hoje a venda da
atividade do Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A. (Banif) e da maior parte dos
seus ativos e passivos ao Banco Santander Totta por € 150 milhões. As imposições das
instituições europeias e a inviabilização da venda voluntária do Banif conduziram a que
a alienação hoje decidida fosse tomada no contexto de uma medida de resolução.
Esta solução garante a total proteção das poupanças das famílias e das empresas
confiadas ao Banif, quer depósitos quer obrigações séniores, bem como o
financiamento à economia e a continuação dos serviços financeiros até aqui prestados
por esta instituição. Assim, manter-se-á o normal funcionamento dos serviços até
agora prestados pela instituição. Os clientes podem realizar todas as operações como
habitualmente quer aos balcões quer nos canais eletrónicos. Os clientes do Banif
passam a ser clientes do Banco Santander Totta e as agências do Banif passam a ser
agências daquela instituição.
Esta solução é também a que melhor protege a estabilidade do sistema financeiro
português.
A operação envolve um apoio público estimado de € 2 255 milhões que visam cobrir
contingências futuras, dos quais € 489 milhões pelo Fundo de Resolução e € 1 766
milhões diretamente pelo Estado, em resultado das opções acordadas entre as
autoridades portuguesas, as instâncias europeias e o Banco Santander Totta, para a
delimitação do perímetro dos ativos e passivos a alienar".
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