Se esta é uma temporada para sermos humilhados dentro de campo, ao menos haja a verticalidade de, fora dele, alguém dar a cara e explicar aos sócios as opções tomadas e a estratégia para o futuro".

Algumas das figuras públicas assumidamente maritimistas, de coração, expressam, também em público, aquilo que vai na alma de uma massa associativa e adepta que já está como os dirigentes, os treinadores e os jogadores: à deriva sem saber o que fazer para inverter a descida vertiginosa do futebol principal, que esta terça-feira levou mais cinco em Alvalade. Os adeptos vão em massa nos jogos em casa, mas ficam a falar sozinhos porque nos jogos falam mais alto os adversários.
Não tanto por este jogo, porque o Marítimo já estava fora da Taça da Liga, mas também, pelos números da derrota, o anterior presidente da Câmara do Funchal e atual vereador da Confiança, fez uma publicação onde revela aquela que é a expressão presente da falta de futuro da equipa de futebol. Miguel Silva Gouveia é muito claro no que defende, no fundo no que muitos adeptos e sócios defendem: "Se esta é uma temporada para sermos humilhados dentro de campo, ao menos haja a verticalidade de, fora dele, alguém dar a cara e explicar aos sócios as opções tomadas e a estratégia para o futuro".
Sócio do clube, Miguel Gouveia escreve que "esta época, quando os adeptos como eu esperavam estabilidade e um regresso às boas exibições com hegemonia caseira, o CS Marítimo consegue fazer o pleno e sofrer cinco golos nos encontros com o Porto, Benfica, Braga e Sporting", sublinhando que
"anúncios de contratações, remodelações, dispensas, culpados e objectivos mutantes não nos têm levado a lado nenhum. Pelo contrário, têm transformado os maritimistas em discípulos da fé por uma terra prometida, travando gritos de vitória numa apneia forçada por 13 jornadas abaixo da linha de água, repetindo como mantra um hipnótico "para a próxima será melhor". Mas chega o próximo jogo e nunca chega a esperada melhoria".
E continua a discorrer sobre o que pensa:
"Como em tantas coisas na vida, as promessas só duram enquanto a realidade não chega. E, para nós que vestimos a alma de verde rubro, a realidade já está a nos atropelar a todos com o sabor amargo e a aspereza de um futuro pouco animador".
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