O antigo vice já devia saber que a política é assim mesmo. Toma-se posição pela conjuntura fazendo conjeturas de conveniência. O que muda são os motivos...
Miguel Sousa, o antigo vice presidente do Governo e da Assembleia, no tempo de Alberto João Jardim, vem "picando" o "seu" antigo líder, esta que também permitiu o percurso político no Governo e no partido do próprio Miguel Sousa.
Esta "desavença" vem do passado, mas ganhou peso nos últimos tempos com o apoio de Miguel Sousa a Miguel Albuquerque com palavras críticas relativamente ao outro candidato, Manuel António Correia, que foi secretário regional de Jardim.
O antigo vice de Jardim e hoje muito próximo de Albuquerque, deixou duas mensagens que são dirigidas a Jardim. Uma direta: "Jardim era favorável a acordo com CHEGA e agora é contrário?"; outra indireta mas quase direta: "Quem fez a dívida da Madeira devia estar calado".
Na realidade, Miguel Sousa tem parcialmente razão, uma vez que Jardim, em declarações ao Expresso, a propósito da governabilidade do País, disse isto: "Eu hoje defendo que deve haver uma grande frente, incluindo o próprio Chega, para derrotar o socialismo e o comunismo”. Caso necessário, até com presença no executivo. “Se for preciso uma coligação governamental, defendo que seja feita”.
Acontece aos melhores, diga-se. E Miguel Sousa sabe muito bem do que se fala sobre posições diferentes em pouco tempo. Antes de juras de apoio "eterno" a Miguel Albuquerque, o antigo vice defendeu o fim destas cúpulas do PSD Madeira, cuja cabeça é Miguel Albuquerque. E criticou fortemente o que chamou de "petit Salazar" referindo-se a Jaime Filipe Ramos, que continua na equipa de Albuquerque, apoiada por Miguel Sousa.
O antigo vice já devia saber que a política é assim mesmo. Toma-se posição pela conjuntura fazendo conjeturas de conveniência. O que muda são os motivos...
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