E a partidocracia, como todos sabem, é a essência da política que se faz em Portugal. Sem partidos, é quase nada.
Tenho muito respeito pelos partidos, nada contra os que, no enquadramento dos nossos dias, assumem a atividade política, admiro ainda mais os pequenos partidos, os poucos que ainda existem de combate político, acho que a Democracia, que tem logicamente partidos, é o menos mau dos sistemas, mesmo correndo o risco de "ditaduras democráticas" - pode parecer um paradoxo, mas não é mesmo - mas não sou particularmente adepto da militância básica e da liderança "cega" que a partidocracia alimenta. Provavelmente mais pela forma como se exercita e pratica o uso dos mecanismos democráticos do que propriamente pela bondade dos princípios.
E a partidocracia, como todos sabem, é a essência da política que se faz em Portugal. Sem partidos, é quase nada. Está feito assim, precisamente porque assim, de uma forma fechada, os partidos orientam as políticas de acordo com 30% de interesse público e 70% de interesse corporativo, com alguma benevolência a pender para a percentagem do interesse público.
Mas as minhas reticências, por conhecer relativamente bem alguns políticos, de diversas proveniências ditas ideológicas, porque a ideologia vale o que vale na atualidade, prende-se com uma realidade que, infelizmente, tolda a verdade da democracia: o reconhecimento dos méritos independentemente da origem. É realmente uma "calamidade" do ponto de vista da verdade, um "defeito de fabrico", que parece "robotizar" a estrutura mental, onde não cabe quem pensa a verdade do momento e não a verdade do partido que se encaixa no momento. Se refletirmos bem nisto, na nossa vivência diária, chegamos facilmente à conclusão que o voto tem um valor que o exercício do poder, num determinado momento, permite desvirtuar tantos momentos a pretexto de uma validade democrática que tantas vezes é apagada pelo exercício da democracia partidocratica, privilegiando o interesse particular em prejuízo do coletivo.
É claro que pouco ou nada podemos fazer para que as lideranças políticas sejam diferentes, que aceitem a partilha de medidas diferentes se as mesmas forem mesmo melhores. Mas além de podermos exercer o direito a reflexões, para quem tiver "pachorra" de ver, pouco ou nada podemos alterar neste circuito "viciado", que não é novo mas está cada vez mais enraizado e "contratante" da sociedade civil, também ela "sugada" pelos interesses corporativos de um sistema que está "ferido" pela forma que domina o conteúdo.
Comentarios