Acho que as pessoas já se habituaram desde que a praia continue de areia e venha um ou outro prémio. Não ponham é aquela circulação a concurso.

A chegada do Lobo Marinho ao Porto Santo, sobretudo em agosto, é qualquer coisa de "terceiromundista" e é inacreditável como é que não se encontra, entre tanto pensador com responsabilidades, em diferentes áreas tutelares da operação e da concessão, quem já tivesse contribuído para acabar com aquele espetáculo degradante do "tudo ao molho e fé em Deus", porque aquilo que ocorre é recorrer à influência divina, porque a terrena, de tantos anos, é um caso perdido. Neste caso, que é o que nos propusemos abordar neste espaço.
Tem corredores para carros, é a estrada naturalmente, não sei se estão bem a ver, mas partilhando com passageiros de um lado para outro e os que têm sorte ainda conseguem passar, em chamada "fila indiana". O resto do trajeto, até ao parque de estacionamento, ainda um bocado bem bom, é feito, não em fila indiana, mas mesmo ao estilo da Índia, onde andar na estrada é um saber acrescido, um saber a lidar com o risco. E lá até lidam bem, se calhar copiando bem para aqui até resulta. Mas impressiona, assim à primeira, acho que as pessoas já se habituaram desde que a praia continue de areia e venha um ou outro prémio. Não ponham é a circulação a concurso.
Não se trata de minimizar a importância do destino turístico, que é bom, na generalidade, que é de afetos para uma grande parte de madeirenses, que tem tudo para despertar o interesse de verão. Mas é importante que os dirigentes políticos não percam o foco nas infraestruturas e no funcionamento das mesmas de acordo com a modernidade dos tempos. Não percam tempo com a política interna, com oposições internas que servem velhos e novos egos, e lutem pelo rumo do Porto Santo como deve ser, de sustentabilidade do destino, mesmo que este continue sendo sazonal, embora este sazonal seja agora mais alargado.
O Porto Santo deve chamar gente e não afastar gente. E embora a praia venda, por si só, porque é do que há de melhor, talvez seja preciso algo mais que sustente do ponto de vista da qualidade. Por agora, é capaz de ser suficiente e se mais casas existissem estariam ocupadas e se os preços subissem mais ainda do que estão, dava sempre certo.
Mas será que vai ser sempre assim?
Comments