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Foto do escritorHenrique Correia

O desabafo de Mónica sem "sobrenome de sucesso" e com o Governo nas "mãos"


"Não admira não haverem mais jovens na política. Não admira que os bons desistam. Por muita força que se tenha, nem tudo vale a nossa saúde mental".




Monica Freitas, 28 anos de idade, deputada única do PAN na Assembleia Regional, passou do anonimato para o principal suporte da governação regional. Tem o Governo "preso" pelo seu voto, mas aquilo que na prática representa poder, não se sabe por quanto tempo, pode representar um custo muito elevado para quem pretende contrariar o comportamento vigente de divórcio da política por parte dos jovens, mas não consegue encontrar um plano de debate que possa convencer a juventude que vale a pena entrar na política e defender "coisas e causas".

Mónica Freitas não só tem o voto da maioria absoluta como de repente entrou neste turbilhão político que por agora desmoronou dados adquiridos e lideres de "pedra e cal". É muito para quem não tem "sobrenome de sucesso" e meteu-se numa "roda viva" onde não raras vezes o sucesso da "conveniência" vale tanto como o sobrenome que "carimba" uma qualquer competência.

Não espanta, por isso, o desabafo da deputada, um destes dias, na sua página do Facebook. Por ali (redes sociais) se fala sério, por ali se debate sério, por ali se destrói, por ali se desabafa. É o novo mundo de uma comunicação nova. "Tenho 28 anos, venho de uma família trabalhadora, que não tem herança nem sobrenome de sucesso. Fui estudar precisando de bolsa, mas ainda antes, voluntariei-me na Finlândia e depois fui trabalhar. Nunca quis ser um encargo para os meus pais. Sempre quis fazer parte da solução e não do problema. Por isso juntei-me a movimentos e criei a minha Associação. Nunca deitei o trabalho dos outros abaixo, não tenho aquele pensamento de "concorrência", sempre fui a favor da união fazer a força. Tenho vários grupos de amigos e sempre os tentei unir a todos, sou a favor de união e não de divisão. Talvez por isso faz-me confusão haver maiorias e oposições. Sempre olhei para a política como uma forma de através do poder se fazer a diferença na vida das pessoas. Não sou apologista de caixinhas e de termos que nos identificar de uma forma ou de outra e sermos prisioneiros de ideologias".

Mónica Freitas continua o desabafo: "Com 28 anos e só querendo fazer de alguma forma a diferença, colocaram-me o mundo nos ombros, sem ser criminosa nem tão pouca suspeita, julgaram-me em praça pública por fazer o melhor que sabia e a pensar que estaria a fazer pelo melhor. Querem jovens ativos, com ideias, competentes mas são os mesmos que não perdoam qualquer ato que saia das suas órbitas das verdades absolutas e dos fundamentalismos em nome próprio. Defendem mudança e democracia, mas julgam uma mulher, à medida que nunca julgaram os homens pelas asneiras latentes que têm feito e perpetuado ao longo dos anos. Ser o adulto na sala custa e cansa. A toxicidade das redes sociais não mata, mas mói. Exigem tudo e mais alguma coisa. Criticam cada detalhe e palavra. Por muito que faças e tentes, nunca serves. E é assim que morrem os otimistas, que destruímos os sonhadores e que perpetuamos um regime de pessoas oprimidas, cansadas, frustadas e que o único que lhes resta, é aceitar ou viver o resto da vida com raiva, ódio e desespero".

Por tudo o que tem acontecido, a deputada conclui: "Não admira não haverem mais jovens na política. Não admira que os bons desistam. Por muita força que se tenha, nem tudo vale a nossa saúde mental".

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