Sentem-se à mesa, governos, ANA Aeroportos, INAC, acima de tudo os pilotos e todos os técnicos competentes para o efeito.
Sentem-se. Mas levantem-se...
A única pressão que o Governo Regional pode fazer relativamente à República é para a criação do nunca formado grupo de trabalho para avaliar os limites de ventos permitidos na operacionalidade da pista do Aeroporto Internacional da Madeira, definidos por decisão que é antiga, à luz dos novos meios disponíveis, do conhecimento que existe hoje e dos níveis de segurança atualizados. O resto, não pode pressionar nada do ponto de vista político, porque esta não é uma questão política, é técnica.
Os ventos no Aeroporto não podem ser resolvidos por palpite, por intuição, por caprichos ou por outras razões pouco sustentadas. É um problema, mas seja que solução vier a ser adotada, no futuro, deve obedecer a padrões de segurança rigorosos porque estamos perante uma realidade que põe em causa a própria Região em termos turísticos, tem a ver com pessoas, com a vida, com o turismo, com a nossa condição de insularidade que faz a mobilidade para o exterior depender muito dos meios aéreos e esse expediente deve ser seguro.
Estamos todos de acordo que é importante uma solução, mas não por impulso, não porque de repente aumentou o movimento aéreo, e ainda bem para a Madeira, além de que as situações de ventos têm sido mais recorrentes e a inoperacionalidade também. Mas também há outro problema: sendo uma questão fulcral, determinante para a Madeira, já não é tempo suficiente para termos encontrado e já em pleno funcionamento um plano de contingência que permita assegurar as condições minimas aos passageiros que ficam retidos por essa inooeracionalidade? Não seria tempo de reunir com as companhias no sentido de serem parceiras desse plano para que os passageiros não se sintam abandonados no aeroporto, por falta de proteção imediata de voos alternativos, por falta de alojamentos, por falta de resposta essenciais e importantes para quem já está vulnerável com uma situação destas. Muitas vezes, muitas mesmo, as grandes queixas não são para os atrasos/cancelamentos devido ao vento, mas a falta de condições posteriores. A solução não pode passar por uma água e uma banana, às vezes as pequenas soluções e explicações são tudo para um passageiro desesperado.
O plano, chame-se de contingência ou o que se chamar, não pode andar a ser falado sem solução. E para o Porto Santo ser solução também é preciso dar valor ao Porto Santo além das férias de verão. Só se lembram do Porto Santo quando há vento na Madeira. É preciso dotar o aeroporto do Porto Santo de meios, uma ligação marítima eficaz nestas emergências, para podermos dar respostas a estas especificidades do nosso aeroporto e deste destino turístico. Não vale a pena adiar soluções e ir empurrando o problema com a "barriga". Sentem-se à mesa, governos, ANA Aeroportos, INAC, acima de tudo os pilotos e todos os técnicos competentes para o efeito.
Sentem-se. Mas levantem-se...
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