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O Orçamento do "fim do mundo"

Foto do escritor: Henrique CorreiaHenrique Correia



Não vamos transformar a Democracia em duas: uma boa e outra má conforme os interesses.




Com o aproximar da discussão e votação do Orçamento Regional para 2025, o frenesim aumenta consideravelmente, é uma realidade que vem subindo de tom com a indefinição sobre qual o sentido de voto de alguns partidos. Uma inquietação que alastra, um estado de espírito que acelera "corações", dizem que é uma situação contagiante e confesso que este ambiente políticos "asfixiante" preocupa-me, pensei que a democracia, exercida nas suas diferentes medidas, era mais saudável neste particular das maiorias relativas. Só espero não "ensandecer" entretanto, faltam poucos dias para se saber o resultado e não é fácil manter a mente sã quando parte da comunidade onde penso estar inserido, diz que ou o Orçamento passa, e é o céu na terra, ou não passa e serao inferno garantido para o resto da vida, o que no meu horizonte temporal de vida já não dá para estas indefinições. Começo até a pensar, talvez mesmo a interiorizar, que se não houver Orçamento não há peru para o Natal, as bolas do pinheiro começam a cair e nem o Pai Natal terá trenó para o que quer que seja. Querem mais catastrófico do que isto? Seria muito triste, tendo em conta o que penso do Natal, sem dúvida a melhor época do ano. E não ter a melhor época por causa do Orçamento, não. É melhor aprovarem isso sem pestanejar.

Bom, agora vamos ao escrito mais a sério. É verdade que a aprovação do Orçamento é importante. É sempre melhor ter Orçamento, ter um instrumento para que a governação seja feita com outra assertividade de gestão. É verdade que tanto o Governo como a oposição devem ter o sentido de responsabilidade e decidir em conformidade com isso e com medidas concretas que possam expressar uma vontade alargada da democracia representativa. Mas por favor, não venham com o discurso do caos, ainda compreendo o papel do presidente do Governo, que obviamente puxa pelo Orçamento e pelo Governo, agora vermos discursos que roçam o "lambebotismo" crónico, de pessoas que no fundo vivem à conta da subsídiodependência, que também não é um fenómeno só deste Governo de Miguel Albuquerque, começou mesmo com Jardim, e surgem com intervenções públicas para que Albuquerque saiba quem merece ser "dos nossos" e se lembre em futuras verbas.

Era melhor haver Orçamento, e até acho que vai acontecer isso. Mas não vamos transformar a Democracia em duas: uma boa e outra má comforme os interesses. As eleições fazem parte da democracia, existem os governos e as oposições, existem as maiorias absolutas e as relativas, quem não tem maioria absoluta deve negociar, naturalmente. As moções de confiança e de censura existem para exercício do processo democrático e uma governação corre o risco, não havendo maioria absoluta, de governar com duodécimos. Não é agradável, mas é um recurso que pode acontecer. Sem avisos, sem ameaças, sem medos. Seja de quem for.

O que ainda nos falta andar nesta Democracia e nesta Autonomia. Vá lá que, pelo menos, haja ou não haja Orçamento, o mundo não vai acabar. Espero que não...

 
 

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