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O PS Madeira não precisa de transição, precisa de uma "refundação"

  • Foto do escritor: Henrique Correia
    Henrique Correia
  • 28 de mar.
  • 3 min de leitura


Assim como está e com uma mera troca de liderança, o PS a fazer igual terá igual resultado, por muito bem intencionado que seja o líder.




Desde que estamos em Democracia, o PSD sempre governou, o PS sempre foi o principal partido da oposição. Sempre, como quem diz, até agora, uma vez que nestas legislativas foi ultrapassado pelo JPP. E este quadro de ação política socialista deixa mossa a qualquer partido, mesmo que no contexto autárquico tenha conseguido vencer algumas câmaras municipais, mas mesmo assim sem capitalizar esse sentido vitorioso local para o partido quando em confronto regional. E tal como acontece com o PSD, a situação do PS também é um caso de estudo.

Tirando 2019, o resto, para trás e para a frente, foi um descalabro para quem sempre teve aspirações de Governo. Nem vence diretamente, nem tão pouco aproveita os momentos em que estariam reunidas condicionar de partilha de governação. Não só não faz a sua parte, como ainda anula o crescimento dos seus eventuais parceiros. Um verdadeiro problema. E o que fazer? Há anos que o PS termina as eleições à procura do que fazer, do que fazer bem mais propriamente. Por uma razão ou por outra, faz mal, inventa quadros, insiste em figuras desgastadas, supostamente por terem uma influência que, como se viu, conta pouco ou nada. E termina as eleições sempre com a interrogação de sempre: o líder demite-se ou fica?

Carlos Pereira, antigo presidente do PS-M e deputado na República, por Lisboa, depois de não ir nas listas do PS Madeira, defende uma comissão de transição e acha, por acaso desta vez com razão, que Cafôfo, derrotado, não tem ânimo para conduzir um projeto que quer vencedor, nas nacionais e nas autárquicas, se bem que havendo eleições a 18 de maio, o tempo torna-se escasso para preparar eleições internas, escolher nomes e definir estratégias.

Além disso, se quisermos ser realistas, o que o PS-M precisa mesmo é de uma espécie de "refundação". Com todos os melhores do partido, sem vedetismos, sem estar agarrado a figuras gastas, mas também sem entrar numa renovação que tem feito aparecer certos "salvadores" vindos não se sabe de onde e que, está visto, não são mais valias, antes dão perca ao pouco que existe.

O PS chegou a um ponto em que a mudança de líder é o menos importante, a peça nuclear está na essência da base do partido, que deve repensar mensagem, a forma de trabsmiti-la, e a envolvência interna à volta de um projeto que coloque à margem esta "feira de vaidades" que tem dado cabo do pouco e parece a caminho de definhar ainda mais. E não se percebe o porquê destes protagonismos. Todos os líderes do PS-M, desde sempre, foram derrotados nas Regionais. E apesar do "boom" autárquico, não houve uma consolidação do eleitorado dos melhores resultados, como por exemplo em 2019, onde um conjunto de circunstâncias, conjunturais, poderiam ter resultado num outro rumo partidário.

É claro que, agora, Paulo Cafôfo não tem condições para nada. Foi uma derrota de estrondo e, quando assim é, nada "salva". Mas é preciso que as alternativas estejam desempoeiradas de ajustes de contas e pretenda, não resultados imediatos, mas um trabalho de base, que leva tempo e não pode ser protagonizado pelo desejo de poder, de clientelas e de cargos. Daí uma "refundação" ser o processo mais adequado para que o PS não se transforme, ainda mais, numa máquina destruidora de líderes.

O partido precisa de assentar, debater com humildade, mas para isso é preciso ser-se humilde, na forma e no conteúdo. Promover uma mobilização de socialistas, verdadeiros socialistas, eles próprios abertos aos novos valores e às novidades, para não serem sempre os mesmos para tudo, e só assim poderá haver um esboço de futuro. Caso contrário, assim como está e com uma mera troca de liderança, o PS a fazer igual terá igual resultado, por muito bem intencionado que seja o líder. Pode ser que esta derrota possa incentivar o partido a outra atitude. Global.

 
 
 

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