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  • Foto do escritorHenrique Correia

O que (não) deu abril de 74...



"Que Parva que eu sou", uma música dos Deolinda, é uma reflexão que vale a pena fazer neste abril hoje, passados 49 anos daquele dia. Uma reflexão da juventude, uma reflexão do presente e do futuro. Uma reflexão, afinal, sobre o que (não) deu abril de 74.





Respeito muito o 25 de abril de 74, respeito muito a Revolução, os militares, as músicas da liberdade, a liberdade em si, a vida cá fora sem que a voz me doa neste direito à liberdade de expressão.

Respeito tudo o que envolve abril mesmo sabendo que, na nossa Democracia, falta cumprir muito do que foi abril, falta cumprir o objetivo comum do País Livre, solidário e comprometido com a identidade, com o respeito, com os valores e com o trabalho digno onde haja equilíbrio entre os deveres e os direitos, onde a precariedade não domine a estabilidade e onde o futuro da juventude e

seja menos sombrio.

Por isso, neste 25 de abril, lembramos as canções de Zeca Afonso, de Paulo de Carvalho, de Sérgio Godinho, de Grândola Vila Morena a Depois do Adeus, Liberdade...De muitos outros, de Vitorino, de Fernando Tordo. Ninguém esquece, como ninguém esquece Salgueiro Maia e as Forças Armadas. Mas hoje, 25 de abril de 2023, por entre muita retórica que nos preparamos para ouvir nas cerimónias formatadas no politicamente correto, onde muitos que oferecem espinhos todo o ano, vão ostentar o cravo vernelho na lapela, queria deixar uma letra de uma canção dos Deolinda intitulada "Que Parva que eu sou", uma reflexão que vale a pena fazer neste abril hoje, passados 49 anos daquele dia. A música é para uma geração, que não é a minha, mas que conheço bem, todos conhecemos.

A reflexão sobre o que abril não cumpriu, não impede, no entanto, o nosso reconhecimento pela Liberdade, pela Democracia e pela Autonomia. Vale a pena refletir. Nem que seja como alerta para "acordar" consciências sobre novas batalhas por direitos que abril parecia ter resolvido...


Que Parva Que eu Sou

Canção de Deolinda


Sou da geração sem remuneração

E nem me incomoda esta condição

Que parva que eu sou

Porque isto está mal e vai continuar

Já é uma sorte eu poder estagiar

Que parva que eu sou

E fico a pensar

Que mundo tão parvo

Onde para ser escravo

É preciso estudar

Sou da geração casinha dos pais

Se já tenho tudo, p'ra quê querer mais?

Que parva que eu sou

Filhos, maridos, estou sempre a adiar

E ainda me falta o carro pagar

Que parva que eu sou

E fico a pensar

Que mundo tão parvo

Onde para ser escravo

É preciso estudar

Sou da geração vou queixar-me p'ra quê?

Há alguém bem pior do que eu na TV

Que parva que eu sou

Sou da geração eu já não posso mais

E esta situação dura há tempo demais

E parva eu não sou!

E fico a pensar

Que mundo tão parvo

Onde para ser escravo

É preciso estudar

Que mundo tão parvo

Onde para ser escravo

É preciso estudar

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