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O que representa 35% abaixo do preço de mercado?

Foto do escritor: Henrique CorreiaHenrique Correia

O presidente do Governo avançou, e bem, com a promessa de 1500 casas até final do próximo mandato, se ganhar as eleições. Casas a custos controlados, menos 35% do mercado. Mas qual a base desse mercado?




Temos assistido a uma realidade habitacional verdadeiramente incomportável para o madeirense comum, inclusive da classe média e até média alta. O nicho de mercado de luxo tomou conta da cidade do Funchal e expandiu-se já para a periferia, uma realidade que foi empurrando os jovens para fora e provocando um mercado inflacionado dos novos e usados, até das rendas com valores que não correspondem aos rendimentos das famílias e são direcionados para o investidor externo.

Esta realidade, que os governos andaram a ignorar durante anos, chegou a um momento decisivo. E precisamente por isso, repentinamente, mas ainda bem, o presidente do Governo "desencantou" uma promessa de mais 695 casas a preços controlados, para arrendamento com possibilidade posterior de compra, o que de certo modo constitui uma possibilidade para contrariar a tendência de "beco sem saída" a que se chegou com o imobiliário a pedir o que quer e o mercado a absorver as casas existentes sem que esse mercado englobe madeirenses, jovens casais, que querem viver na sua terra e não sabem como.

Mas há um dado curioso que é lançado para o exterior, que se prende com a construção de habitação a preços controlados envolvendo uma redução de 35% do valor de mercado. Acho interessante esta percentagem, as dúvidas sobre a que mercado se refere, sendo de todo o modo a construção de habitação desta natureza é uma mais valia pelas oportunidades que dá ao nivel do arrendamento em correspondência com o rendimento, além da possibilidade de aquisição futura com os valores das rendas entretanto pagas a serem descontados no valor global. Uma realidade que constitui, sem dúvida, um passo importante para minimizar este autêntico "flagelo" habitacional, além de que os jovens poderão beneficiar, ainda, de apoios no arrendamento, na percentagem de entrada inicial e na dispensa de impostos.

Mas os 35% abaixo do mercado são com base em que mercado? O mercado dos T1 a 300 mil ou o mercado da Cooperativa Coolobos a 190 mil, supõe-se já com redução por se tratar de um sector a preços controlados? Se um T1 a preços controlados tem valores de 190 mil com redução de 35%, numa Cooperativa, significa que esses apartamentos teriam um valor do mercado deste novo normal de 190 mil + 66 500 = 256.500.

A que mercado se refere Miguel Albuquerque para podermos avaliar até que ponto os jovens poderão adquirir as suas casas, a custos controlados, sem especulação, a valores de mercado não especulativo, o que neste momento não é possível avaliar.

Era bom que ficasse esclarecido a que mercado corresponde a redução de 35%, uma vez que um T1 a 190 mil também não está acessível a uma maioria de jovens casais. E é sempre bom termos uma noção do que é a base do raciocínio para podermos saber o valor a que corresponde a percentagem.


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