Ireneu Barreto questiona: "Por que razão o artigo 275.º, n.º 2, da Constituição impõe que as Forças Armadas sejam compostas exclusivamente por cidadãos portugueses?"
Ireneu Barreto coloca de lado a incorporação de estrangeiros nas nossas Forças Armadas.
O Representante da República para a Madeira foi hoje ao aniversário do RG3 para colocar a intervenção em dois focos, um passado de grandes servo prestadores pelas Forças Armadas à Região e um futuro que deve ser bem ponderado relativamente à atratividade da carreira militar para os jovens.
Ireneu Barreto diz que "para além da criação de condições materiais, coloca-se o desafio aos decisores políticos de criarem as condições para que os objetivos de recrutamento de novos militares sejam cumpridos".
E faz uma reflexão: "Pense-se: no ano de 2023, bem entrados no século XXI, com os confortos que a vida vai já permitindo, como podemos convencer um jovem a assumir o compromisso que resulta do juramento militar?
A resposta não será fácil. Importando uma expressão de língua inglesa que agora se começa também a vulgarizar entre nós, não haverá uma «bala de prata» capaz de, por si só, resolver o problema.
Todavia, julgo que não andarei longe da verdade se disser que a existência de carreiras com futuro, estáveis, estruturadas, acompanhadas de formação profissional e académica, de valorização pessoal e remuneratória são fatores que podem levar os jovens que já tenham uma vocação militar a decidir, definitivamente, enveredar por esta via".
Ireneu Barreto admite que "pode ser um caminho difícil", mas acrescenta: "Parece-me que a resposta ao mesmo não deve cair em facilitismos, nomeadamente a recentemente noticiada possibilidade de incorporação de cidadãos estrangeiros nas Forças Armadas.
Por que razão o artigo 275.º, n.º 2, da Constituição impõe que as Forças Armadas sejam compostas exclusivamente por cidadãos portugueses?
Porque o vínculo de um militar à sua Pátria, pela qual, se necessário, está disposto a dar a vida, não é um vínculo que possa ser comprado. É uma ligação mais profunda do que a de um carreirismo assente no pagamento de um salário. É uma união que não se forma por contrato, mas por uma vivência construída ao longo do tempo.
É uma pertença à República que não se forja à pressa, sob pena de, tal como um metal cuja têmpera não é bem feita, se quebrar ao primeiro embate".
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