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  • Foto do escritorHenrique Correia

Partidos com líderes em investigação e de saída garantem o quê?



Não há claramente condições para nomear um novo Governo. E o mais estável e transparente, neste momento, é ir para eleições.




O líder do PSD Madeira e presidente do Governo Regional Miguel Albuquerque, sai do Governo por ter sido constituído arguido num processo em que é suspeito de corrupção. O líder do CDS-PP Madeira Rui Barreto, enquanto secretário regional da Economia, geriu o dossier dos contratos de concessão de transportes públicos, um deles sob suspeita no mesmo processo. Estará também de saída do Governo, segundo revela hoje o Diário, tal como vai acontecer com os secretários das obras, Pedro Fino, e das Finanças, Rogério Gouveia (Susana Prada também investigada, mas já tinha saído do Governo).

É claro que, a confirmar-se, a saída de Rui Barreto e a não inclusão na eventualidade de haver um novo elenco governativo saído exatamente com base nas eleições de setembro de 2023 e no acordo de Governo, surge como algo natural em função daquilo que o próprio Barreto pediu para Albuquerque, a saída imediata, mesmo tendo sido estratégica combinada, como foi. Como diz o povo, "o peixe morre pela boca".

Portanto, o Representante está a ouvir os partidos, até sexta-feira, e depois vai fazer a avaliação sobre as condições, que poderão incluir ou não o nome do novo presidente do Governo de coligação indicado pelo partido mais votado, o PSD. O que Ireneu vai fazer não se sabe, mas é assumido que vai transmitir ao Chefe de Estado, de quem depende, a realidade política da Madeira, que nos últimos dias ganhou contornos muito difíceis de sustentar um novo governo.

Ganha cada vez mais peso a continuidade de um Governo de gestão até 24 de março, dia a partir do qual Marcelo Rebelo de Sousa já pode dissolver o Parlamento Regional.

Na verdade, o cenário de eleições surge como o mais certo. Os dois principais partidos da coligação são liderados por políticos sob investigação no âmbito das suas funções governativas, mas com reflexos, em ambos os casos, na sua liderança partidária. Além disso, da coligação que foi a votos, além dos líderes, um deles presidente e outro secretário há dois secretários regionais sob investigação. É um "rombo" que não tem "remendo" possível do ponto de vista político. E certamente que Ireneu Barreto não vai legitimar uma solução que antes de ser solução é um problema.

Como é que os dois partidos da coligação, "feridos" politicamente nas suas lideranças, podem garantir o que quer que seja neste momento de enorme fragilidade? Estando os próprios partidos num contexto de exigência de mudança de "caras" no topo, como é que as mesmas "caras" vão dizer ao povo que têm a melhor solução? E como garantem a diferença prometendo uma mudança posterior de protagonistas partidários? Não há claramente condições para nomear um novo Governo. E o mais transparente, neste momento, é ir para eleições.


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