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Foto do escritorHenrique Correia

Pedro Calado assume-se como foco de unidade no PSD-M e quer reflexão já



"O certo é que se criou um sentimento de família, de vitória, novamente, que já não existia há muito tempo...Diziam-me que já tinham saudades de sentir esta força, esta dinâmica".




A entrevista que Pedro Calado concedeu ao JM, com o argumento do aniversário e da recente vitória para a Câmara Municipal do Funchal, é muito mais profunda do que isso, designadamente na parte em que se refere ao presente e sobretudo ao futuro do PSD Madeira, defendendo uma reflexão já. Até pode ser estranho, até mesmo um paradoxo, que o momento para reflexão, no PSD-M, seja um momento de uma vitória concludente no Funchal depois de sucessivos episódios de unidade transpostos para a opinião pública durante a campanha. Mas Calado não foge ao que parece bem mas está mal, ao que precisa ser refletido apesar de tudo. Diz que as reflexões não se fazem apenas com as derrotas, uma posição que não deve agradar muito aos que defendem que o PSD-M respira só saúde e unidade.

E na verdade, respirou unidade para Calado. E Calado sabe isso muito bem, atenção às declarações muito objetivas: "Este é o momento certo para ajudar o meu partido. E vou estar cá para colaborar em tudo aquilo que seja necessário. Não se fazem reflexões apenas quando se perde. Houve muita coisa que não correu bem. Há muitas arestas para serem limadas. A altura certa para falarmos é agora. Para o partido continuar a crescer, contem comigo. Não contem comigo para criar guerras internas".

Deveras surpreendentes estas declarações de Pedro Calado colocando o "dedo nas feridas" do PSD Madeira, feridas que já vêm das autárquicas de 2013 e das regionais de 2017. E Calado lembra: "O que tentei fazer, desde que fui para o Governo Regional em 2017, foi tentar aproximar a nossa família, a família PSD. Naturalmente que depois da disputa interna que houve em 2012, com seis candidatos, senti que o partido estava muito dividido. Sentiu-se isso nas eleições autárquicas de 2013. Sentiu-se nas eleições em 2017, razão pela qual aceitei o desafio de entrar no Governo nesse ano, sempre com o propósito, como disse ao Dr. MIguel Albuquerque, de tentar aproximar a família PSD...O certo é que se criou um sentimento de família, de vitória, novamente, que já não existia há muito tempo. Houve pessoas que sentiram isso durante a campanha, nas arruadas, nos comícios. Diziam-me que já tinham saudades de sentir esta força, esta dinâmica".

Estas declarações de Pedro Calado, sem que se possa especular, seja de que forma for, sobre qualquer atrito na relação com Miguel Albuquerque, surgem num contexto de vitória e de um acentuar de foco no trabalho de unidade que Calado tem vindo a desenvolver no PSD-M. Claro que Albuquerque não está em causa, o que está em causa mesmo é o que Pedro Calado conseguiu fazer. E que não estava feito.


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