Pedro Coelho desconfortável com problemas em vez de apoios
- Henrique Correia
- 23 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
"Fontes" garantem uma discussão mais acesa com Pedro Ramos, no Porto Santo, onde Coelho não escondeu a preocupação pelo momento político do Governo e do Partido com influência na sua candidatura à Assembleia da República.

A candidatura "Madeira Primeiro", envolvendo o PSD e o CDS, está no terreno em pré campanha eleitoral para as eleições nacionais de 10 de março, mas a mobilização de militantes tem sido dificil depois da crise política que atingiu o líder Miguel Albuquerque, arguido num processo sobre suspeitas de corrupção, que numa primeira análise saiu de cena, foi inclusive retirado dos cartazes, para recentemente anunciar a recandidatura depois da libertação de outros três arguidos, Pedro Calado, Avelink Farinha e Custódio Correia. Mas a mossa no partido está feita.
O primeiro grande impacto vai para Pedro Coelho, o cabeça-de-lista da coligação para a Assembleia da República. Aquilo que inicialmente era uma solução para o autarca de Câmara de Lobos, habituado a vitórias substanciais, tornou-se num pesadelo em virtude do partido ter sido atingido nas cúpulas, designadamente na liderança, que face às circunstâncias, deixou Coelho praticamente sozinho numa pré campanha verdadeiramente complexa pela dificuldade de mobilização. O PSD-M, como de resto o Governo, quase que parou e tem andado numa espécie de "arrastar de pés" até tentar recompor-se deste golpe complicado e preocupante do ponto de vista do exercício da vida pública e partidária.
Pedro Coelho tem vindo a sentir-se muito só, não obstante a presença do secretário-geral, José Prada, que tem procurado "segurar" o partido deste momento com especificidades únicas. O presidente da Câmara de Câmara de Lobos, em final de mandato e de limite de mandatos, deve ter a eleição garantida, mas está consciente que o resultado vai sofrer consequências da crise partidária, primeiro porque a situação é complexa, mas porque dentro do PSD-M haverá inevitavelmente uma divisão que levará uma parcela do partido a não votar em Albuquerque para as Regionais, uma vez que, internamente, os órgãos vão segurar o líder, ainda por cima sendo candidato único.
Mas Pedro Coelho já terá manifestado a sua preocupação, em diversis círculos, uns mais privados do que outros, e inclusive são várias as fontes que confirmam uma discussão mais acesa com Pedro Ramos, o secretário da Saúde, numa recente deslocação ao Porto Santo, onde Coelho fez pré campanha e o governante estava de férias com a família. Diz quem assistou que a situação não foi agradável e o desabafo de Pedro Colho teve precisamente como "pedra de toque" o exercício da pré campanha com o partido e o Governo a oferecerem problemas em vez de apoios.
Esta realidade, asseguram as nossas "fontes", tem sido sentida por estruturas locais do partido, que têm procurado, nos últimos dias, mobilizar as bases na procura daquela onda impulsionadora que carateriza estas épocas pré eleitorais e eleitorais. O partido julga que será dificil manter os três lugares na Assembleia da República, acredita que manter dois pode até ser uma "vitória", mas três será quase impossível. Mas há a consciência que a tendência de descida de votos, que tem vindo a verificar-se nos últimos atos eleitorais, será mais acentuada nas regionais mais do que prováveis para maio.
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