Pedro Fino faz alerta para a "obra do século": um hospital é mais do que um edifício físico
- Henrique Correia
- 1 de abr.
- 3 min de leitura
"Temos pela frente o desafio aliciante de apetrechar o HCUM de recursos técnicos, financeiros e humanos necessários à prestação de um bom serviço ao utente".

"Os sectores público, privado e cooperativo serão essenciais na promoção de habitações a preços comportáveis".
O secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas aponta a conclusão da obra do novo Hospital Central e Universitário da Madeira como um objetivo primeiro para os anos que se seguem. "Será, sem sombra de dúvida, a obra deste Século, tal como o aeroporto da Madeira o foi no século anterior".
Sublinha "a construção do Hospital aproxima-se da sua terceira fase, que compreende os trabalhos de instalações técnicas especiais e acabamentos, com o acompanhamento de Engenheiros de diversas especialidades", mas deixa um alerta para um pensamento no sentido "da fase de utilização efetiva desta infraestrutura modelar de saúde". Diz que "há a necessidade de estudar e planear, com todo o profissionalismo e detalhe, todas as matérias ligadas a esta fase. Porque um hospital é muito mais do que um edifício físico, temos pela frente o desafio aliciante de apetrechar o HCUM de recursos técnicos, financeiros e humanos necessários à prestação de um bom serviço ao utente. Mas será também um desafio conservar e manter uma infraestrutura de tão grande dimensão, cuidar da sua área envolvente, assegurar-lhe uma rede expedita e fluida que a ligue às pessoas, conectá-la com unidades de referência médica portuguesas e estrangeiras, dotá-la, enfim, de instrumentos que viabilizem uma relação virtuosa com todos os centros relevantes onde, seja à escala regional, nacional ou global, se produz e difunde conhecimento médico e científico. O pensamento e o planeamento antecipado serão fulcrais para o sucesso desta obra nas suas várias e plurais dimensões".
As declarações de Pedro Fino, um secretário de saída, foram feitas na tomada de posse dos Órgãos Regionais da Ordem dos Engenheiros, para o triénio 2025/2028. Onde o ainda governante colocou também o foco de futuro para a Habitação: "A Habitação será outro dos desafios a que a engenharia terá de dar a melhor resposta. Para os próximos anos, a política de habitação passará por garantir um equilíbrio entre a oferta e a procura. Todos estamos convocados para o esforço que é necessário continuar a fazer. Todos, sem exceção. O sector público, o privado e o cooperativo serão essenciais na promoção de habitações a preços comportáveis, tendo em atenção as necessidades entretanto inventariadas. Até porque o problema tem dimensões que creio que todos conhecemos, de que destaco o custo dos terrenos e o custo da construção. Teremos de encontrar respostas adequadas à redução desses custos, seja por via de reduções fiscais, nomeadamente em sede de IVA, de IMT e de IMI, seja também pela adoção de novas técnicas de construção que assegurem uma redução do custo final de uma habitação. No sentido de se conseguir habitações mais baratas, devo enfatizar que conseguimos, nos últimos anos, uma total autonomia no processo de certificação de habitações a custos controlados, isto é, das casas tributadas a uma taxa reduzida de IVA. Onde antes imperava o centralismo lento e cheio de demoras do IHRU, temos agora a análise dos nossos processos nas nossas mãos, nas mãos expeditas e próximas da IHM, o que permite acelerar a construção de casas a custos controlados, independentemente de quem as queira promover. Esta foi, estamos em crer, uma medida certeira, uma peça mais de um processo que, como disse, nos convoca a todos enquanto comunidade".
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