Presidente quase absoluto mantém visível o (seu) lado "Chef"
- Henrique Correia
- 28 de abr.
- 3 min de leitura
Vídeo de nova receita de Albuquerque


Ele era um tanto distante, um tanto ausente do trabalho de equipa, um tanto estilo aristocrata que, pelo menos aparentemente, mas não só, conferia um contexto elitista que o distanciava de Jardim nesse particular de proximidade do povo. O feitio não ajudava e, dependendo dos contratempos, os humores subiam e desciam em "conformidade". Miguel Albuquerque era assim, naquilo que era possível "averiguar". Era, só os humores é que se mantém, mas as últimas eleições alteraram substancialmente esse enquadramento e o líder do Governo e do PSD-M apareceu com algumas novidades nunca antes reveladas. O que se conhecia ou era a mandar ou era a tocar, o piano sim, era um pianista presidente ou um presidente pianista.
Antes das eleições regionais da quase maioria absoluta, Miguel Albuquerque desenvolveu uma estratégia que o aproximou do povo e que captou a atenção das redes sociais que tanto criticava com acusações de desinformação e necessidade de regulação. Miguel Albuquerque (ou alguém que teve visão por ele) viu que a comunicação social de referência, por tudo o que se conhece, pela deferência de respeito a quem paga, já não disponibiliza o acesso a mercados menos presos a um quadro informativo que não acompanhou a nova forma de comunicar, mas sobretudo a velocidade da comunicação. Albuquerque, viu isso e rendeu-se aos novos tempos.
Ele é entrevistas, sérias, cómicas, ele é comentador de obras, ele fala "olhos nos olhos", ele dá palco a Montenegro com o resultado que traz das eleições, ele cozinha para o povo, as receitas de primavera, verão, outono, inverno, ele abrange vários nichos e várias estações. Ele é o presidente pianista, o presidente "jornalista", o presidente "Chef", só faltou mesmo uma "nesga" para "fugir" a José Manuel Rodrigues, que voltou a ser decisivo para salvar o PSD e garantir a maioria absoluta. Talvez um Albuquerque com outro "malabarismo" qualquer, é uma questão de pensar mais um "bocadinho", consiga dispensar o José Manuel Rodrigues da próxima vez. Tem tempo, tem muito tempo a avaliar pelo voto do povo.
Pois bem, passaram as eleições, mas para que ninguém venha dizer que foi só para o voto, Miguel Albuquerque até achou piada nesse registo menos fornal, mais povo, sem perder de vista a nobreza e o clero.
Desta vez, inspirado pela primavera, Albuquerque trouxe-nos uma nensagem e uma receita": "Voltei à cozinha, onde gosto de dar asas à imaginação.
Hoje, proponho uma refeição mais completa, que até podem usar para receber a família.
Um esparguete com camarão, uma sobremesa de papaia com licor Cassis que foi, amavelmente, oferecido pela J. Alberto & Filhos e, ainda, uma sangria de frutos vermelhos.
Espero que gostem!".
E pronto, está feito. Um prato bem pensado, o J.Alberto & Filhos agradece, além das eleitores que votaram Albuquerque a presidente, para governar, e ainda recebem um bónus de Albuquerque a "Chef". Não é todos os dias que temos um presidente assim. Ao contrário de Trump, que não cozinha e só "desarruma", Albuquerque cozinha de forma "arrumadinha". Há coisas fantásticas que a Política traz, é a versatilidade no seu expoente, não direi máximo, mas talvez a meia haste para dar margem de progressão.
O prato está servido. E ao contrário do mandato, de quatro anos com o CDS de "mão dada", não deve levar tanto tempo até à próxima incursão gastronómica .
Comments