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Procura-se liderança para o PSD nacional

  • Foto do escritor: Henrique Correia
    Henrique Correia
  • 12 de jan. de 2023
  • 2 min de leitura


Mais do que um governo novo, Portugal precisa que o maior partido da oposição seja forte. Assim, não só teríamos melhor governo como teríamos uma alternativa credível sem recurso ao mal menor.



Nunca fui um particular apreciador da liderança de Rui Rio no PSD nacional, foi muito melhor como presidente da Câmara do Porto, mais combativo, mais lutador, mais político. A seu favor, tem a seriedade de contrariar a tese de que quem está no governo deve sempre estar contra a oposição e quem está na oposição deve estar, sempre, contra aquilo que o Governo faz. Rio sabia ser diferente, mas depois não compensava quando era mesmo para o combate político onde ficava muito aquém do que exigia. E por isso, o PSD precisava mudar, como muitos defendiam essa mudança. E mudou.

Acontece que as mudanças nem sempre são para melhor. E foi o que aconteceu, em minha opinião, ao PSD, curiosamente na pior altura para isso acontecer, num momento em que o governo de António Costa está fragilizado e seria outra coisa se a liderança do maior partido da oposição fosse forte, incisiva e dinâmica do ponto de vista da colocação do discurso, além do conteúdo. E pior, o PSD cometeu o erro de juntar uma liderança sem chama a uma liderança parlamentar sem ritmo e sem liderar os debates na oposição.

Quem assiste aos debates parlamentares na Assembleia da República, conclui facilmente o quanto é confrangedora a falta de consistência e de argumentação social democrata, sendo que não raras vezes essa liderança ou é do Chega ou é da Iniciativa Liberal ou até do PCP, a espaços, o que era de difícil previsão face à queda dos comunistas no contexto da política portuguesa.

Mas como se não bastasse, esta liderança amorfa do PSD, de partido e de Parlamento, enfrenta um primeiro-ministro e líder do PS-M que tem uma larga experiência e que, mais do que isso, tem uma capacidade muito grande no debate parlamentar. E mesmo com o Governo em baixa, com nomeações sem escrutínio, com demissões, que dariam cabo de qualquer governo, António Costa foi ao Parlamento e colocou toda a sua arte de debate parlamentar que lhe confere uma resistência. E com uma oposição destas, então nem se fala, fica mais fácil. É por isso que o PS, mesmo com este "currículo", que se espera apenas conjuntural para bem do País, aparece a perder preferências, mas não de forma suficiente para perder eleições precisamente porque a alternativa é fraca. E assim, António Costa, que é bom no debate político, fica mais confortável com esta oposição, beneficiando obviamente de ter maioria absoluta. A ir a votos, neste contexto, seria contemplado pela escolha do chamado mal menor. António Costa, sozinho, está a levar este Governo da República às "costas", ao mesmo tempo que "acode" às argoladas de alguns ministros e alguns secretários de Estado.

Agora, uma coisa é certa, mais do que um governo novo, Portugal precisa que o maior partido da oposição seja forte. Assim, não só teríamos melhor governo como teríamos uma alternativa credível, os portugueses teriam poder de escolha com fundamento de mudança. Ainda não estamos nesse patamar.


 
 
 

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