É evidente que Albuquerque está a aproveitar estes contactos do PSD para incentivar militantes, e não teria o mesmo efeito falando do CDS.
O presidente do PSD Madeira anda em contactos com as bases visando a preparação para as eleições nacionais antecipadas de 10 de março. Os indicadores vão no sentido da perda progressiva de votos e Miguel Albuquerque decidiu que era preciso começar já a minimizar eventuais "prejuízos", havendo a intenção, por agora, de o PSD-M ir sozinho às eleições.
Na Ribeira Brava e em Câmara de Lobos, Albuquerque puxou do "bairrismo" partidário para mobilizar militantes no sentido de uma votação, como disse, que conduza a "uma vitória, neste caso a sétima vitória consecutiva desde 2019".
Está assim definido que é esse o objetivo do Partido, uma mensagem reiterada pelo líder dos Social-Democratas madeirenses que, nesta oportunidade, reconheceu e agradeceu, mais uma vez, "o empenho e a dedicação de todos os Militantes nesta caminhada, apelando a que o Partido prossiga neste seu rumo vencedor, tanto nas Legislativas Nacionais quanto nas Europeias do próximo ano, preparando, assim, a vitória nas Autárquicas de 2025".
A exemplo do que aconteceu antes, Albuquerque fala em sétima vitória do PSD como se tivesse ido sozinho em todas essas eleições, o que não corresponde à realidade, uma vez que tem vindo a concorrer, em muitas, nas regionais, nas nacionais e em alguns concelhos nas Autárquicas, coligado com o CDS, o que desde logo fica difícil, sem mais dados relativamente ao que vale o parceiro centrista, deixar para o PSD os louros exclusivos da vitória.
Mas é evidente que Albuquerque está a aproveitar estes contactos do PSD para incentivar militantes, e não teria o mesmo efeito falando do CDS. O líder apela a um PSD vencedor e diz presente numa liderança que a estrutura laranja já sentiu muito ausente no que toca ao partido. No fundo, as linhas intermédias, mas também as bases, revelavam descontentamento pelo facto de Albuquerque ser mais governo do que partido, onde José Prada, o secretário-geral, surge como a pedra chave que tem segurado algumas fases menos boas dessas mesmas bases quando estas reclamavam mais consultas e menos decisões unilaterais para a vida do partido.
Só que há sempre um outro lado, o do CDS, que não anda muito contente com este "descartar" e esta ideia que a sua utilidade na coligação já teve melhores registos.
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