Alberto João Jardim: "Tenho muito orgulho em ter feito dívida, se não tivesse feito não se podia viver na Madeira".
Chegou o dia que muitos talvez não esperassem depois de Alberto João Jardim, o presidente do Governo Regional durante quatro décadas, ter sido apontado como o homem da dívida da Madeira com cerca de seis mil milhões às costas e um PAEF que encostou os madeirenses à parede. Pois bem, está batido o recorde, segundo o Tribunal de Contas, uma vez que no final de 2021 a dívida era, com avales e responsabilidades contratuais, de 7 mil milhões:
"Em 31 de dezembro de 2021, a dívida da Região Autónoma era de 5.077 milhões de euros, o montante de avales concedidos era de 492 milhões de euros e as responsabilidades contratuais plurianuais (incluindo o valor da dívida pública) totalizavam 7 mil milhões de euros, dos quais 3.400 milhões de euros vencem até 2026".
Anos depois de ter saído da vida política ativa para dar lugar à governação de Miguel Albuquerque, Alberto José Jardim, agora investido no papel de comentador na RTP Madeira, diz que "as dívidas não se pagam, só os juros". Vá lá que este conselho só deve ser para aplicação dos Governos, imagine-se se os particulares vão na conversa de quem empurrou a dívida para o futuro, como de resto está a acontecer.
Jardim disse, na RTP Madeira, que se a Madeira não fizesse dívida ainda estava com o desenvolvimento de 1974. Era preciso desenvolver e dar qualidade de vida ao povo e o dinheiro estava no Banco, por isso foi esse o recurso. E agora que há 3.400 milhões de euros que vencem até 2026? "Fácil, faz-se o que o Estado faz, contrai outro empréstimo". E Jardim conclui: "tenho muito orgulho em ter feito dívida, se não tivesse feito não se podia viver na Madeira".
Segundo o Tribunal de Contas, relativo à Conta de 2021, a incoerência entre a Lei de Enquadramento do Orçamento Regional (de 1992) e o restante quadro legal leva à existência de duas regras distintas de equilíbrio orçamental a observar pelo Orçamento da Região e prejudica o exercício de prestação de contas.
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